Lisboa, 10 nov - O secretário-geral do PCP sugeriu hoje que a maioria governamental PSD/CDS-PP está a "acertar o papel do PS" num futuro próximo para manter as políticas de austeridade, num comício no Campo Pequeno, Lisboa.
"Definiram objetivos. Escolheram quem são as vítimas e os alvos. Só lhes falta acertar o modo e o papel do PS para salvar e prosseguir a política de direita", afirmou Jerónimo de Sousa na celebração do centenário do histórico líder comunista, Álvaro Cunhal.
O dirigente do PCP, referindo-se mais especificamente à proposta de Orçamento do Estado para 2014 ainda em discussão na Assembleia da República, caracterizou a atuação do executivo de Passos Coelho e Paulo Portas como uma série de "novos arranjos e novos programas que significam" (...) "o reconhecimento do fracasso da sua política fraudulenta".
"Quanto sofista é a sua argumentação de que a proposta de orçamento que aí está, de roubo e extorsão, é para salvar o país, quanto ilusório e fraudulento é o milagre económico que agora passaram a anunciar", criticou.
Para Jerónimo de Sousa, os atuais governantes "estão a preparar novas maquinações e arranjos, novos programas com os mandantes do sistema financeiro e o diretório das grandes potências que o servem para prosseguir a sua escalada ofensiva, visando o empobrecimento dos portugueses, utilizando a mentira e a chantagem".
"Não podemos aceitar que este Governo ilegítimo, que governa contra a Constituição e faz o contrário do que anunciou, mentindo aos portugueses - que conta com um Presidente para rasgar o juramento que fez -, continue o seu rumo de destruição dos direitos do nosso povo", disse.
Sobre o antigo secretário-geral, o também deputado do PCP, além do elogio às obras artística e teórica, lembrou que o partido "não seria o que é "sem o contributo de Álvaro Cunhal, "suas características e identidade", nem vice-versa.
"Do imenso legado de Álvaro Cunhal, os comunistas não esquecem o seu contributo para a definição e afirmação do PCP que somos e queremos continuar a ser", afirmou, perante cerca de oito mil pessoas, que encheram a praça de touros do Campo Pequeno, com insistentes pedidos de demissão do Governo PSD/CDS-PP.
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Noticias Ao Minuto/Lusa