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Recriação da fuga de Álvaro Cunhal de Peniche abre comemorações dos 40 anos do 25 de Abril

Peniche, 01 jan - O líder do PCP assiste no fim de semana à recriação da fuga de Álvaro Cunhal da cadeia, o ponto alto do programa da Fortaleza de Peniche que comemora os 40 anos do 25 de Abril e o centenário do histórico comunista.

Recriação da fuga de Álvaro Cunhal de Peniche abre comemorações dos 40 anos do 25 de Abril
Notícias ao Minuto

10:14 - 01/01/14 por Flávia Calçada

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Peniche, 01 jan - O líder do PCP assiste no fim de semana à recriação da fuga de Álvaro Cunhal da cadeia, o ponto alto do programa da Fortaleza de Peniche que comemora os 40 anos do 25 de Abril e o centenário do histórico comunista.

No sábado, Jerónimo de Sousa vai assistir à recriação histórica da fuga de Álvaro Cunhal da prisão política de Peniche, a 03 de janeiro de 1960, de acordo com o programa das iniciativas previstas para a Fortaleza de Peniche e organizadas pelo PCP, Câmara de Peniche e União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP).

O presidente da câmara de Peniche, António José Correia (PCP), explicou à agência Lusa que o objetivo "recriar a fuga passo a passo, nas suas diferentes etapas, desde a fase de preparação até à sua execução, em que participou uma dezena de presos".

O espetáculo vai dividir-se em duas partes, sendo a primeira a dramatização da fuga por um grupo de teatro numa tenda no exterior da Fortaleza, enquanto a segunda é a fuga propriamente dita, com a descida das muralhas da antiga cadeira pelos diversos panos amarrados entre si, da responsabilidade da Associação Espeleológica de Óbidos.

Ainda no sábado, o atual líder do PCP preside à inauguração da exposição "Forte de Peniche - Local de Repressão, Resistência e Luta", seguida de uma visita à cela de Álvaro Cunhal e a outros espaços da antiga prisão.

A exposição relata a história da prisão política, recordando as normas de funcionamento e vivências dos 2487 presos que por aí passaram e as várias fugas que ocorreram.

A mostra dá a conhecer documentação institucional da prisão, fotografias dos presos e outros produzidos pelos presos, como cartas escritas aos familiares, jornais produzidos na clandestinidade.

Constam ainda objetos pessoais, como o relógio de Rogério Paulo, um cidadão que auxiliou Álvaro Cunhal na fuga, dois volumes d'As Farpas de Ramalho Ortigão, usados para passar mensagens para o interior da prisão.

A exposição dá também a conhecer a onda de solidariedade internacional gerada em torno dos presos e que a nível local se traduzia no apoio dado pela comunidade às famílias dos presos, nomeadamente disponibilizando as habitações para aí ficarem alojadas.

No domingo, Jerónimo de Sousa preside à sessão solene evocativa da fuga do histórico líder comunista, seguida de um espetáculo musical com o grupo Quadrilha e com o cantor Paulo de Carvalho, cuja música "e depois do adeus" foi a senha dada pela rádio para a revolução do 25 de Abril de 1974, dando ordem para as tropas estarem a postos.

A organização do programa procura valorizar a memória sobre os acontecimentos ligados à Fortaleza de Peniche, enquanto prisão política durante quatro décadas de ditadura, encerrando as comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal e iniciando as comemorações dos 40 anos do 25 de Abril, que vão decorrer durante o ano.

FYC // CC

Noticias Ao Minuto/Lusa

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