Em declarações à Agência Lusa, Manuela Moura Guedes disse ainda que, tendo José Sócrates sido afastado pelos portugueses do cargo de primeiro-ministro, é um simples cidadão a "quem não reconhece a qualidade para difamar" a si e à equipa da TVI responsável por uma série de notícias sobre a conduta do então primeiro-ministro.
Embora lamente a morosidade da justiça e as vicissitudes processuais do caso, que não permitiram que o processo chegasse a julgamento de forma célere enquanto José Sócrates era primeiro-ministro, Manuela Moura Guedes considera que já "não faz sentido" prosseguir com a queixa por difamação, injúria e calúnia, porque Sócrates saiu da chefia do Governo e, entretanto, o tempo, os acontecimentos e a situação do País vieram dar razão ao que foi noticiado pela TVI.
Destra forma, Francisco Pimentel, advogado de Manuela Moura Guedes, comunicou a desistência da queixa quando o julgamento ia começar no Supremo Tribunal de Justiça, com a inquirição de duas testemunhas arroladas por Sócrates - Arons de Carvalho e Almeida Santos.
A notícia do "perdão" de Moura Guedes a Sócrates, actualmente a viver em Paris, foi avançada hoje pelo semanário Expresso.
Manuela Moura Guedes apresentou uma queixa-crime contra Sócrates, após o primeiro-ministro ter acusado, numa entrevista, que o Jornal Nacional da TVI de ser uma "caça ao homem" e de a jornalista fazer "jornalismo travestido", numa altura em que, entre outros assuntos, estava no auge o caso Freeport, relacionado com o licenciamento do outlet de Alcochete quando Sócrates foi ministro do Ambiente.