Suíça rejeita em referendo mais proteção de natureza e mexida em reformas

Os eleitores suíços rejeitaram hoje uma iniciativa que visava exigir uma melhor proteção da biodiversidade, bem como uma proposta de reorganização do financiamento das pensões de reforma.

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Mundo Suíça 22/09/24 POR Lusa

Os resultados não revelaram nenhuma surpresa, já que todas as sondagens publicadas antes do referendo mostravam uma vitória inequívoco do "não" nestas duas iniciativas legislativas.

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Apoiada por diversas organizações de defesa da natureza - incluindo a Pro Natura, a BirdLife e a Patrimoine Suisse - a iniciativa da biodiversidade implicava mais recursos para melhor proteger a biodiversidade e a natureza, mesmo fora das áreas protegidas, bem como para uma melhor proteção da paisagem e do edificado.

Um estudo da Agência Europeia do Ambiente, publicado em 2020, mostra que na Suíça a percentagem de áreas protegidas em relação ao território nacional é a mais baixa de todos os países europeus.

O texto recebeu apenas 37% de votos favoráveis, com uma taxa de participação de 45,2%, de acordo com os resultados oficiais provisórios hoje divulgados pelas autoridades federais.

Apenas a cidade de Basileia e o cantão de Genebra votaram maioritariamente a favor do texto proposto.

Para o Conselho Federal, mas também para o partido de direita radical UDC - o mais relevante partido do país, que tem a defesa da agricultura como uma das suas bandeiras políticas -- e para os partidos de Centro, bem como para os agentes económicos, a iniciativa era demasiado arrojada.

A União Suíça de Artes e Ofícios mostrou-se "aliviada" com a rejeição da iniciativa, alegando que a sua aceitação teria consequências negativas, particularmente na produção de eletricidade e de alimentos.

Os Liberais Verdes veem no fracasso da iniciativa uma oportunidade perdida de preservar o património natural, essencial para a qualidade de vida e para a economia da Suíça.

No referendo de hoje, os suíços também rejeitaram uma reforma do financiamento das pensões, desejada pelo governo e pela comunidade empresarial.

O voto pelo "não" obteve 67,1%, segundo os dados federais, com uma taxa de participação de 45%.

A esquerda e os sindicatos obtiveram assim uma vitória clara num projeto que não hesitaram em descrever como de traição e fraude.

Na Suíça, o financiamento das pensões de reforma assenta em três pilares: as pensões estatais, as pensões profissionais e as pensões privadas, sendo apenas os dois primeiros obrigatórios.

Segundo o Governo, as pensões profissionais, financiadas pelas contribuições das empresas, estão sob pressão devido aos baixos retornos dos mercados financeiros, pelo que os ativos ali colocados não geram juros suficientes para financiar o pagamento das reformas.

Além disso, a esperança de vida está a aumentar e as pensões devem ser pagas durante mais tempo.

A reforma previa, nomeadamente, que os trabalhadores e os empregadores pagassem contribuições mais elevadas dos trabalhadores para o fundo de pensões.

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