© VINCE BUCCI/AFP via Getty Images
Os irmãos Menendez, que foram condenados pela morte dos pais Jose e Kitty Menendez, poderão vir a ser libertados graças a novas provas - entre elas uma carta - que estão a ser analisadas pelo procurador-distrital do condado de Los Angeles, nos Estados Unidos.
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Entretanto, cerca de duas dúzias de familiares de Erik Menendez, de 53 anos, e de Lyle Menendez, de 56 anos, deverão prestar declarações de apoio aos irmãos, numa conferência de imprensa agendada para esta quarta-feira.
Ainda que não tenham negado terem cometido o crime, em 1989, os irmãos alegaram terem agido em legítima defesa, na sequência de anos de abusos sexuais por parte do pai.
Os advogados de defesa de Erik e Lyle, que foram condenados a prisão perpétua em 1996, consideraram, no ano passado, que os irmãos deveriam de ter uma redução da pena, com base em novas provas que davam conta dos abusos levados a cabo por Jose. Entre elas está uma carta cunhada por Erik e enviada a um primo, Andy Cano, em dezembro de 1988 – meses antes dos homicídios. Na ótica da defesa, se a carta tivesse sido apresentada como prova durante o segundo julgamento, a conclusão poderia ter sido diferente.
“Tenho andado a tentar evitar o pai. Continua a acontecer, Andy, mas agora é pior para mim. Nunca sei quando vai acontecer e está a deixar-me louco. Todas as noites fico acordado a pensar que ele pode entrar [no quarto]. Preciso de tirar isto da minha cabeça. Eu sei o que disseste antes, mas tenho medo. Tu não conheces o pai como eu. Ele é louco!”, lê-se no documento partilhado nas redes sociais pelo procurador distrital do condado de Los Angeles, George Gascón, no domingo, e entretanto apagado.
O responsável detalhou à ABC News que a carta dá conta do “abuso que foi a pedra angular” da defesa dos irmãos, sendo que o seu gabinete deverá tomar uma decisão quanto à reabertura do processo ainda este mês.
Saliente-se que o caso voltou às luzes da ribalta com a estreia da série da Netflix ‘MONSTROS: A História de Lyle e Erik Menendez’, que antecedeu o documentário ‘Os Irmãos Menendez’.
“A moção sobre as novas provas estava na secretária [do procurador distrital] há mais de um ano, mas só depois de todas as atenções e dos holofotes terem surgido com este documentário é que ele se manifestou e disse: 'Vou ver isto'”, disse a antiga procuradora distrital, Loni Coombs, citada pela CNN.
Coombs acrescentou ainda que, na sua ótica, a sociedade encara de forma diferente o abuso sexual contra vítimas do sexo masculino.
“Compreendemo-lo melhor. Compreendemos a dinâmica do fenómeno e que, por vezes, leva anos até que as vítimas consigam falar sobre o trauma”, complementou.
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