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Editado pela portuguesa Artway com a Imprensa da Universidade de Coimbra, 'Ad Tenebras' está nomeado na categoria de Música Antiga, enquanto o mais recente álbum do violinista Bruno Monteiro e do pianista João Paulo Santos, editado pela belga-neerlandesa Etcetera, se encontra na classe de Música de Câmara, segundo a lista hoje divulgada pelos International Classical Music Awards (ICMA), sediados no Luxemburgo.
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'Ad Tenebras' reúne 'Lamentações e responsórios para a Semana Santa do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra', dos compositores Pedro de Cristo, João de Santa Maria e de anónimos, abrangendo um período de 1530-1630. Este álbum surgiu no contexto do projeto de investigação Mundos e Fundos, do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra, sobre originais preservados pela sua Biblioteca Geral, e constitui o primeiro volume de uma série de 'livros-discos' que visa congregar "narrativa, ilustração iconográfica e concretização sonora" dessa investigação, que tem os musicólogos José Abreu e Paulo Estudante na coordenação.
Neste álbum, a Capella Sanctae Crucis conta com as vozes de Camille Fritsch, Sylvian Manet, Almeno Gonçalves e Luís Neiva, e com os instrumentistas Pedro Sousa Silva, Calos Sanchez Leonardo, João Rodrigues Gomes e Tiago Simas Freire, musicólogo e regente, docente do Conservatório Superior de Música de Lyon.
O projeto de investigação Mundos e Fundos esteve já na base de outras gravações distinguidas, como o álbum 'Magnificat', dedicado a Pedro de Cristo, pelo agrupamento Cupertinos, dirigido por Luís Toscano, finalista dos prémios Gramophone 2023, quatro anos depois de o ter conquistado com o 'Requiem' de Manuel Cardoso.
'Music for violin and piano -- 20th Century and Forward' ('Música para violino e piano do século XX e depois') é o mais recente álbum do violinista Bruno Monteiro e do pianista e regente João Paulo Santos, que atualmente faz parte da direção artística do Teatro Nacional de São Carlos.
Este álbum reúne obras de Edward Elgar, Claude Debussy e Maurice Ravel, a par de inéditos do português Luiz Barbosa, compositor e violinista da primeira metade do século XX, e do britânico Ivan Moody, que se fixou em Portugal, tendo sido investigador do Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical da Universidade Nova de Lisboa.
Bruno Monteiro e João Paulo Santos têm uma discografia conjunta iniciada há mais de duas décadas, marcada por compositores como César Franck, Gabriel Fauré, Maurice Ravel, Karol Szymanowski, Erwin Schulhoff, Igor Stravinsky, Erich Korngold e Heitor Villa-Lobos, sem esquecer os portugueses Luís de Freitas Branco, Fernando Lopes-Graça, Óscar da Silva e Armando José Fernandes.
Os ICMA nasceram dos antigos prémios Midem Classical Music e assentam num júri de críticos oriundos de 19 publicações e estações de rádio e televisão especializadas, de 16 países, que vão proceder a mais duas rondas de votações até serem encontrados os vencedores de cada uma das 25 categorias, entre as 16 "clássicas" (música barroca, instrumental, orquestral, coral, ópera, etc.), os prémios de carreira, descoberta, de artista e compositor do ano. São também atribuídos prémios à edição em áudio e vídeo.
Ensemble Gilles Binchois, Collegium Vocale Gent e Philippe Herreweghe são outros nomeados em Música Antiga, enquanto na Música de Câmara se encontram os quartetos Danel e Tchalik, a violinista Antje Weithaas e o pianista Daniil Trifonov.
O universo de mais de 300 nomeados conta ainda com músicos como o maestro Jordi Savall, o cravista Christophe Rousset e os pianistas András Schiff, Grigory Sokolov, Javier Perianes, Pierre-Laurent Aimard, Nikolai Lugansky, Yuja Wang e Zhu Xiao-Mei.
A gala de entrega dos prémios realizar-se-á em 19 de março de 2025, na Tonhalle de Dusseldorf, na Alemanha.
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