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Hoje, na Biblioteca Nacional, em Lisboa, na apresentação do programa das comemorações oficiais, que se estendem até 2026, o responsável realçou a capacidade de Luís de Camões de "unir a comunidade".
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Um dos projetos anunciados é, em cada distrito e regiões autónomas, escolher um dia dedicado a Camões, com a colaboração das entidades locais, podendo ou não, de acordo com as respetivas autoridades, a estrutura de missão facultar uma exposição itinerante ou um espetáculo musical.
O primeiro desses dias dedicados ao poeta será em Coimbra, a 12 de fevereiro, seguindo-se o Funchal, em 31 de março, como disse o comissário-geral à Lusa, em outubro.
Bernardes adiantou que pretende elaborar um "roteiro camoniano", apesar de lacunas na biografia do poeta, começando pelo local onde nasceu.
Foram mencionados municípios como Coimbra, Constância, no distrito de Santarém, e Lisboa.
Mais do que estátuas, como a inaugurada em Lisboa em 1869, Bernardes pretende "debater e não impor Camões", e levar o poeta às escolas.
Para o comissário-geral da Estrutura de Missão, "o tempo das estátuas já acabou" e um "monumento de 12 metros de altura" que ultrapassará a estátua do poeta na Baixa lisboeta, de autoria de Victor Bastos (1830-1894), é a edição das obras completas de Camões, anotadas por camonistas, mas dirigidas ao grande público.
Entre os projetos previstos, José Augusto Bernardes destacou ainda um 'site' completo e fundamentado sobre Luís de Camões, tendo referido que na internet se encontra muita informação que constitui lenda ou mito, sendo até "errónea", sem qualquer verificação científica.
Em Macau, nas pedras de Camões, Bernardes afirmou que se prevê colocar "uma peça artística de qualidade", onde estão colocadas diferentes placas assinalando as diferentes efemérides relativas ao poeta, como as celebrações de 1880 ou de 1924. O responsável disse que foram já feitos contactos neste sentido, sem adiantar pormenores.
Outro projeto adiantado foi o de uma "exposição de referência" que ocupará três salas da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), comissariada pelo historiador João Alves Dias, a inaugurar no próximo ano.
A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, encerrou a sessão de hoje reforçando o que afirmara na primeira apresentação das linhas programáticas das comemorações camonianas, no passado dia 05 de junho, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, que assentam em três eixos: cívico-cultural, de investigação e educativo.
As comemorações do quinto centenário do nascimento de Luís de Camões arrancaram oficialmente no passado dia 10 de junho, com uma programação a estender-se até 10 de junho de 2026, a difundir em pormenor.
O programa comemorativo dos 500 anos do nascimento de Camões tem uma verba de 2,2 milhões de euros inscrita na proposta de Orçamento do Estado para 2025, mas o comissário-geral espera encontrar outros apoios, como disse à Lusa em outubro.
Em setembro, José Augusto Bernardes sucedeu no cargo de comissário-geral a Rita Marnoto, também professora da UC, mantendo-se em funções os restantes membros da Estrutura de Missão.
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