© Sean Zanni/Patrick McMullan via Getty Images
Apesar da natureza intensa do seu papel na série 'Lei e Ordem: Unidade Especial', Mariska Hargitay é realmente engraçada e cheia de alegria na vida real.
PUB
Prova disso foi a forma como a atriz começou o seu discurso no 18.º seminário anual da 'Hope For Depression Research Foundation', contando uma piada.
"Ainda bem que tirei um curso na Universidade John Jay, senão ficaria muito insegura com todos os médicos presentes [nesta sala]", brincou ao ser homenageada com o Prémio Esperança da Organização para Defesa da Depressão.
O evento, que decorreu no Hotel Plaza, em Nova Iorque, no dia 12 de novembro, reuniu alguns dos principais cientistas e psiquiatras para discutirem as suas últimas pesquisas acerca do trauma e da depressão.
Mariska Hargitay, que atua em defesa de sobreviventes de violência sexual através da sua fundação 'Joyful Heart', está muito familiarizada com a discussão sobre traumas complexos.
"A Joyful Heart foi a minha resposta à leitura das cartas que recebi de sobreviventes quando comecei a fazer a série. A Joyful Heart é a minha resposta depois de ver o número de casos de violência sexual que me deixaram de queixo caído", discursou. "Fiquei ainda mais impressionada por saber que ninguém fala destas estatísticas", acrescentou. "E agora sei que a 'Joyful Heart' também foi uma resposta à minha própria necessidade interna de me curar".
Quando Hargitay tinha apenas três anos, a atriz e os seus dois irmãos mais velhos sofreram um acidente de carro que matou a sua mãe - o ícone de Hollywood, Jayne Mansfield .
"Numa nota pessoal, eu também passei pela minha própria jornada de aprendizagem sobre como combater os vários traumas que experienciei ao longo da minha vida", confessou. "Perdi a minha mãe quando tinha três anos e cresci numa casa de pessoas que tiveram de lidar com esta tragédia à sua maneira. E como havia tanta dor, não havia espaço para priorizar ninguém".
"Só muito mais tarde é que encontrei a verdadeira forma de reconhecer o que era", disse ainda ao público. "E como eu disse no início, a 'Joyful Heart' ajudou-me imenso, pois consegui construir uma fundação inteira que agora responde aos traumas e aos seus sobreviventes da maneira que eu queria que tivessem respondido aos meus".
"Tive a sorte de encontrar terapeutas extraordinários que me apresentaram a muitas modalidades de cura diferentes, ao reprocessamento somático, à experiência somática, que é uma maneira de tratar a forma como o trauma vive no corpo. Devolveram-me a vida".
Leia Também: Sofia Ribeiro sobre terapia: "É o tempo mais necessário da minha semana"