"Sinal de fraqueza". Oposição critica Scholz por ter telefonado a Putin

O chanceler alemão, Olaf Scholz, está a ser alvo de fortes críticas da oposição, que o acusa de contribuir para a "propaganda" russa por ter ligado ao Presidente Vladimir Putin.

© Axel Schmidt/Getty Images

Mundo Guerra na Ucrânia 16/11/24 POR Lusa

Na sexta-feira, naquela que foi a primeira conversa telefónica entre os dois líderes em quase dois anos, Scholz instou Putin a retirar as tropas da Ucrânia e a negociar com Kiev, segundo um comunicado do Governo alemão.

PUB

 

O chanceler apelou a Putin para demonstrar "vontade de encetar negociações com a Ucrânia, com vista a uma paz justa e duradoura" e sublinhou "o compromisso inabalável da União Europeia (UE) com a Ucrânia", acrescentou a chancelaria.

Porém, para o partido conservador alemão (CDU), o telefonema significa para Moscovo "mais um sinal de fraqueza do que de força".

À rádio alemã Deutschlandfunk, Jürgen Hardt, porta-voz do CDU para a política externa, acusou Scholz de contribuir para "o sucesso da propaganda" russa.

Já Matthias Miersch, secretário-geral do social-democrata SPD, partido de Scholz, defendeu o telefonema, sublinhando que é necessário fazer progressos diplomáticos para acabar com a guerra em curso.

Durante a chamada telefónica, Putin disse ao chanceler alemão que a proposta de paz para a Ucrânia deverá ter em conta "novas realidades territoriais", exigindo que Kiev abdique das regiões ocupadas por Moscovo.

A proposta de paz de junho passado inclui a retirada das tropas ucranianas do Donbass e do Sul do país e a renúncia de Kiev à adesão à NATO.

A conversa telefónica entre os dois líderes ocorreu num momento muito difícil para a Ucrânia, que se prepara para viver o seu terceiro inverno sob fogo da Rússia, com grande parte das suas infraestruturas energéticas danificadas ou totalmente destruídas.

O telefonema foi já criticado pelo Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, considerando que este abriu "a caixa de Pandora" e contribuiu para mitigar o isolamento do regime russo.

"E isso é exatamente o que Putin procura há muito tempo", enfatizou Zelensky.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, a Alemanha tem sido o segundo maior fornecedor de armas a Kiev, a seguir aos Estados Unidos.

Com a vitória do ex-presidente e candidato republicano Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas, coloca-se a questão da continuidade da ajuda dos Estados Unidos, que tem permitido à Ucrânia resistir às tropas russas desde fevereiro de 2022.

 

SBR (JYFR/PDF) // PDF

Lusa/Fim

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

Mundo França 16/11/24

Homem faz funcionários reféns em restaurante nos arredores de Paris

Mundo Volodymyr Zelensky 15/11/24

Conversa Scholz-Putin abriu "caixa de Pandora"

Mundo Reino Unido 15/11/24

Cinco pessoas mataram adolescentes com catanas. Tinham alvo errado

Mundo Eleições 16/11/24

Trump designa porta-voz da Casa Branca Karoline Leavitt

Mundo Peru 15/11/24

Coreano apanhado com centenas de tarântulas no corpo no Peru. Há imagens

Mundo França 15/11/24

Pena de prisão e inelegibilidade? "É a minha morte política", diz Le Pen

Mundo Espanha/Cheias 15/11/24

Sobe para 217 o número de mortos na região de Valência após as cheias

Mundo Ucrânia 15/11/24

Zelensky prevê que guerra termine "mais cedo" com administração Trump

Mundo Guerra na Ucrânia 15/11/24

Scholz e Putin falaram pela 1.ª vez em 2 anos. Rússia disposta a negociar

Mundo Reino Unido 16/11/24

Governo britânico desculpa-se por servir carne e álcool em festival hindu

Mundo EUA 15/11/24

Melissa está no corredor da morte desde 2008. Juiz diz que é "inocente"

Mundo Ucrânia 15/11/24

Putin diz a Scholz que acordo de paz só se Kyiv abdicar de território

Mundo Índia 16/11/24

Dez recém-nascidos mortos em incêndio em hospital no norte da Índia

Mundo França 15/11/24

Homem encontrado morto em Paris. Prostituta foi detida

Mundo Donald Trump 15/11/24

Nomeado por Trump para secretário da Defesa acusado de agressão sexual em 2017