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Trabalhadores: Greve na Renault Cacia em Aveiro com adesão de 90%

A adesão à greve de três dias dos trabalhadores da Renault Cacia, em Aveiro, que termina hoje às 22:00, rondou os 90% no setor da produção, disse a Comissão de Trabalhadores, que faz um balanço positivo da paralisação.

Trabalhadores: Greve na Renault Cacia em Aveiro com adesão de 90%
Notícias ao Minuto

16:48 - 12/11/19 por Lusa

Auto Greve

"A empresa tem de assumir as suas responsabilidades perante esta mobilização que tem mostrado que os trabalhadores estão unidos e estão descontentes com esta postura incompetente da administração", disse Bruno Rafael, da Comissão de Trabalhadores.

Cerca de 50 trabalhadores estavam concentrados pelas 15:30, junto à portaria da empresa, em protesto pelo assédio, repressão e perseguição que dizem estar a sentir e para exigir um aumento salarial de 65 euros.

O terceiro dia da greve intercalada ocorreu após uma tentativa frustrada para resolver a situação numa reunião que teve lugar na segunda-feira entre a Comissão de Trabalhadores e o diretor de recursos humanos da Renault Ibéria.

"Eles continuam intransigentes relativamente às nossas reivindicações, coisa que não compreendemos porque já andamos nisto desde abril, à espera de uma resposta para os problemas sociais graves que a empresa tem apresentado", disse o porta-voz da Comissão de Trabalhadores.

Bruno Rafael fala num "clima social tóxico" que se vive na empresa, adiantando que os trabalhadores têm vindo a ser "mal tratados constantemente" e acusa a administração de ameaçar os operários para não aderirem à greve.

O representante dos trabalhadores revelou ainda que estão já marcados plenários para os dias 14, 15 e 16 para fazer um ponto de situação e decidir o que os trabalhadores vão fazer no futuro, estando em cima da mesa a possibilidade de realizar novas greves.

Entretanto, fonte da direção da empresa disse à Lusa que a greve afetou a produção da fábrica, sem avançar dados sobre a adesão, e negou qualquer tentativa de intimidação ou ameaça sobre os trabalhadores no sentido de os impedir de aderir à paralisação.

"Não é nem nunca foi a prática da empresa", disse a mesma fonte.

"A falta de respostas às legítimas reivindicações que os trabalhadores entregaram através de uma resolução aprovada em plenários em abril de 2019, e apesar de todos os esforços feitos na procura de diálogo, levou a que não restasse outra alternativa aos trabalhadores senão avançar para a greve", refere um comunicado do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro-Norte (SITE).

Segundo aquele sindicato, verifica-se "um sentimento de frustração coletiva pela falta de reconhecimento da administração pelo empenho e dedicação dos trabalhadores".

"Mesmo depois dos inúmeros alertas concretizados pelas organizações de trabalhadores sobre a pressão e ritmos de trabalho elevados, estes não param", com reflexo nos acidentes de trabalho e baixas por doença, acrescenta o sindicato.

O pré-aviso de greve para os dias 07, 10 e hoje, com paralisação de 24 horas em cada um dos dias, foi entregue depois de aprovado em plenários de trabalhadores realizados em 27 e 28 de outubro.

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