Mais um duro golpe. O que será feito do Autódromo do Estoril no futuro?
Histórico circuito português perdeu a mais importante competição internacional que ainda mantinha.
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Auto Estoril
Para que futuro caminha o Autódromo Fernanda Pires da Silva, no Estoril? É a pergunta que nos faz algum eco na mente, depois de sabermos que o Mundial de Superbike não regressa em 2023 ao traçado que outrora recebeu a Fórmula 1 e o MotoGP.
Esta era, talvez, a única competição internacional de maior visibilidade que ainda se mantinha no Estoril e que mais adeptos levava às bancadas atualmente.
Em abono da verdade com o Mundial de Superbike ou não, toda a infraestrutura precisava (e precisa) de uma remodelação. Não é preciso ser muito atento para se perceber que as instalações estão obsoletas e a necessitar de obras. As únicas bancadas disponíveis, aliás, são as da reta da meta e a localizada na curva 1, que já não está nas suas melhores condições, diga-se.
Com a perda do Mundial de Superbike, resta ao Estoril receber algumas competições de velocidade nacional, que têm a expressão que todos sabem, e umas quantas competições de clássicos. Sem esquecer os 'track days' para adeptos e o facto de poder servir para testes de algumas equipas de automobilismo. Será isto suficiente para manter um Autódromo desta envergadura em atividade?
O Autódromo Internacional do Algarve (AIA) concentra agora todas as forças no que ao automobilismo e motociclismo internacional diz respeito. É o centro do desporto motorizado português e é em Portimão que todas as competições de grande porte decorrem, o que é normal. Não há qualquer tipo de comparação que possa ser feita neste momento entre o Estoril e o AIA.
Paulo Pinheiro, CEO do circuito de Portimão, tem feito um trabalho extraordinário em conseguir que todas as grandes provas do desporto motorizado se realizem em Portugal. Fórmula 1, MotoGP, WEC, ELMS, DTM... Todas as grandes provas de velocidade marcaram presença no traçado algarvio nos últimos anos. O investimento feito fala por si e tudo também só foi possível graças à ajuda da autarquia de Portimão e do governo português. Algo que tem faltado ao Estoril.
O que tem sido feito por lá nos últimos anos para este circuito voltar a ser colocado no mapa? Nada, infelizmente. De 1984 a 1996, o traçado com vista para a serra de Sintra recebeu a Fórmula 1. Foi lá que Ayrton Senna, por exemplo, alcançou a primeira vitória no Mundial de F1. De 2000 a 2012, o Autódromo do Estoril recebeu o MotoGP, onde Valentino Rossi e outras estrelas brilharam. Mesmo Jonathan Rea e Toprak Razgatlioglu chegaram a dar show nos últimos anos no Mundial de Superbike.
A história quase que obriga a que as autoridades competentes não deixem cair um Autódromo com imensa mística. No entanto, aos poucos, as grandes competições foram-se despedindo do Estoril. Aos poucos, o Autódromo Fernanda Pires da Silva foi-se degradando.
Questionado pela SportTV, António Lima, presidente do Motor Clube do Estoril, remete a revitalização do Autódromo, precisamente, para o poder político.
"É uma opção política de ter ou não ter [MotoGP no Estoril], é uma questão de aposta no evento que traz um grande retorno a nível mundial. O MotoGP nunca teve tanta procura e, portanto, é uma questão política que os políticos portugueses têm que saber o que querem fazer do Circuito do Estoril, porque é uma infraestrutura importante para o concelho e para o país, e algo deve ser feito", afirmou António Lima.
"Não há nenhum evento de grande envergadura que possa ser feito sem o apoio governamental como acontece em Portimão e em todos os países do mundo. É uma decisão política em que o governo aposta ou não aposta", concluiu.
Recorde-se que o Autódromo Fernanda Pires da Silva é propriedade de uma sociedade gestora do grupo Parpública.
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