Dacia Jogger Eco-G Bi-fuel. Experimentámos o de 5 lugares e o GPL...

Conhecido como o automóvel de sete lugares mais barato do mercado, o Dacia Jogger tem fortes argumentos quando qualquer condutor procura por um carro familiar. Tive oportunidade de conhecer os pontos fortes (e fracos) deste modelo de grandes dimensões da marca romena e é sobre eles que falarei nos parágrafos abaixo.

Não, não conduzi o Jogger de sete lugares. Estive, sim, ao volante do Dacia Jogger Comfort Eco-G 100 Bi-fuel, de cinco lugares, e com uma bagageira que nunca mais acaba. E é precisamente pelo espaço que quero começar a avaliar este automóvel.

Com uma bagageira de 708 litros, a mesma pode ficar com mais de 1.800 litros (imagine bem!) com os bancos traseiros rebatidos. Espaço mais do que suficiente para levar uma panóplia de coisas, para viajar em família ou mesmo para levar algum objeto de grandes dimensões. O espaço que tem na bagageira é um dos pontos fortes deste Jogger, tal como o espaço que o habitáculo oferece. Nunca nos podemos esquecer que a Dacia prima por aquilo que é estritamente necessário. O conforto não é espetacular, nem os materiais de excelente qualidade. Contudo, o Jogger satisfaz naquilo que é o seu interior? Tem tudo aquilo que necessitamos para uma viagem de longa distância ou para um percurso do dia a dia? A resposta é claramente afirmativa.

Passando do interior para o exterior, o Jogger merece também uma palavra neste sentido. Construído com base no Sandero, a distância entre eixos deste modelo cresceu 293 mm, perfazendo um total de quase três metros.

Quanto ao design, não deixa dúvidas da sua identidade Dacia. Já sobre o formato não podemos dizer o mesmo. Meio carrinha, meio SUV, com uma percentagem de crossover... o Jogger é uma mistura de vários conceitos, que pode servir mais clientes pelo facto de ser mais abrangente.

Falemos então aos consumos. Foi neste departamento que mais ilações tirámos. Umas menos positivas, outras muito positivas. Vamos por partes. Primeiro, o consumo misto a gasolina referido pela marca é de 6,0 l/100 km. Um número muito longe daquilo que experimentei e daquilo que considero ser a realidade. Nos 74 km que percorri a utilizar este combustível, é certo que o fiz de forma despreocupada, não consegui um número abaixo de 7,9 l/100 km.

Por outro lado, a opção bi-fuel que a Dacia nos oferece é um dos ingredientes mais apetecidos deste carro. Apesar de o consumo não ser propriamente baixo (8,8 l/100 km), o facto de termos esta opção faz-nos poupar muito, se quisermos fazer deste combustível o principal. 

Quanto poupamos?

As contas são fáceis de fazer. A utilizar GPL percorri cerca de 310 km. Ao preço atual do gás (0,88 euros/litro) gastei para este percurso 24,01 euros, cerca de oito cêntimos por quilómetro.

Caso quisesse fazer a mesma distância, mas a utilizar gasolina e com a média de 7,9 l/100 km que atingi, os números são bem diferentes. O preço por quilómetros sobe para mais do dobro (21 cêntimos) e gastaria 66,32 euros, graças ao preço atual da gasolina simples 95 (1,69 euros).

Numa altura em que transitamos para a eletrificação, a Dacia parece não abdicar da opção bi-fuel nos seus veículos e a verdade é que além de ser mais vantajosa financeiramente, ela pode ser também menos poluente. Nunca poderá competir com um veículo zero emissões, claro, mas os níveis de CO2 emitidos são mais baixos do que um carro que só utilize gasolina ou diesel.

Segundo os dados da Associação Europeia de Gás Liquefeito, um automóvel que seja movido a gás reduz as emissões de NOx em 68% e de partículas até 100%. Desta forma, contribui para reduzir o efeito de estufa, reduzindo as emissões de CO2 em 14% e minimizando os níveis de ruído em 50%.

Na estrada

A Dacia não se esconde daquilo a que se propõe. O objetivo é dar aos seus clientes e condutores o essencial e nisso a marca romena não falha aos princípios pelos quais se rege.

Não vou mentir e dizer que o Jogger nos transmite sensações fantásticas de condução, que a direção é espetacular ou que a sensibilidade da caixa manual é de extrema elegância. Não é incrível, mas é, de uma forma muito sóbria, tudo aquilo que nós precisamos para o dia a dia. Dando como exemplo a suspensão, mesmo sendo um pouco mais firme, absorve bem as irregularidades de uma estrada sinuosa, garantido o conforto de todos os passageiros.

No que diz respeito ao motor com 1.0 litros de capacidade e 100 cv de potência fica um pouco aquém daquilo que esperava. Apesar de ter 'apenas' 1330 kg, senti o Jogger muito pesado. Um pouco mais de agilidade não faria mal, até porque se tivermos em conta que os consumos a gasolina não são maravilhosos... Pedia-se ligeiramente mais neste aspeto, mas no cômputo geral é uma característica que não belisca os pontos fortes que o veículo de maiores dimensões da Dacia oferece.

[Notícia atualizada a 5 de dezembro às 13h37]

7.5

0-10

ANÁLISE

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• Preço
• Espaço
• Proposta bi-fuel

• Versão de sete lugares faz mais sentido para este modelo
• Consumo a gasolina elevado
• Sistema de infoentretenimento pouco sensível ao toque