A Li Auto anunciou que os lucros no primeiro trimestre ascenderam a 591.1 milhões de yuan (75.3 milhões de euros), uma queda de 36,7%, em termos homólogos, e de 89,7%, em relação ao último trimestre de 2023, ficando aquém das expectativas dos analistas.
Os resultados mostram como a "brutal guerra de preços pode afetar os principais intervenientes" no mercado do país asiático, o maior do mundo para veículos elétricos, pesando na confiança dos investidores, disse um analista da consultora Suolei, Eric Han, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.
A forte concorrência no setor e os elevados custos com investigação e desenvolvimento fazem com que apenas algumas empresas consigam registar lucros no mercado chinês de veículos elétricos.
A Li Auto é uma delas, com vendas superiores a 376.000 unidades, em 2023.
Os elétricos representaram 24% das vendas de carros novos na China, no ano passado, segundo dados do setor. Se forem incluídos os híbridos, a quota de veículos alimentados por novas energias nas vendas totais atingiu 36%.
No entanto, desde que o setor passou a constar nos planos quinquenais delineados pelo Partido Comunista Chinês, foram criadas centenas de marcas de veículos elétricos no país, gerando excesso de capacidade de produção e um problema de sustentabilidade financeira: mais de 60% dos fabricantes chineses de elétricos vendem menos de 10.000 carros por ano.
A feroz guerra de preços em curso desde o ano passado forçou as marcas a reduzir os preços entre 30% e 40%, o que deve conduzir a uma consolidação da indústria nos próximos anos.