O Presidente dos EUA, Donald Trump, informou esta quarta-feira que todos os automóveis importados pelo país terão uma tarifa aplicada de 25%, esperando gerar uma receita fiscal de 100.000 milhões de dólares, cerca de 93.000 milhões de euros.
"Vamos obrigar os países que fazem negócios no nosso país e que se apropriam da nossa riqueza a pagarem", adiantou Donald Trump.
Portugal pode ser muito afetado por esta medida? A verdade é que em termos de exportação, os EUA não são um destino comum para os veículos produzidos em Portugal.
Em janeiro passado, os dados disponibilizados pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP) mostram que apenas 5,4% dos veículos produzidos por cá tiveram como destino a América. De um total de 22.950 automóveis produzidos, 1.237 foram exportados para o continente americano.
Um facto confirmado também pelas declarações do secretário-geral da ACAP, Hélder Pedro.
"Nós somos um país com produção automóvel, temos mais de 300 mil veículos produzidos em Portugal e esta produção é para exportação, mas, sobretudo, para a União Europeia, portanto não há aqui uma exposição significativa da nossa produção nacional aos Estados Unidos", apontou, em declarações à agência Lusa.
Hélder Pedro abordou ainda a postura que a Europa terá de ter em relação a esta medida dos EUA e destacou que ninguém ganhará com as tarifas impostas.
"A posição da Europa é de contestar esta medida e pedir à UE que dialogue no sentido de reverter ou minimizar estas tarifas. Isto é negativo para todos, até para os americanos. Metade da produção é para exportar, mas ao encarecer componentes automóveis importados, a produção local dos EUA vai, logicamente, ficar mais cara. Os consumidores americanos irão sofrer e os construtores americanos perdem oportunidade de continuar a desenvolver o produto automóvel", afirmou ainda o secretário-geral da ACAP, em declarações à RTP 3.
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