Por um lado, o Valor Mediano de Avaliação Bancária (VMAB) resulta de um inquérito mensal realizado pelo do Instituto Nacional de Estatística (INE) aos bancos portugueses. Por outro lado, no imobiliário as coisas não funcionam dessa maneira, no sentido em que há uma clara diferença entre os conceitos de valor e preço.
Por esse motivo, o VMAB não é uma boa referência dos preços das casas, explica Gonçalo Nascimento Rodrigues, Managing Director da Out of the Box - Real Estate & Finance, ao Doutor Finanças.
O Valor Mediano de Avaliação Bancária procura analisar os valores obtidos das avaliações imobiliárias realizadas pela banca em processos de análise e contratação de crédito habitação em Portugal.
Trata-se, assim, de uma medida que procura espelhar o valor pelo qual a banca avalia imóveis residenciais. Note que esta estatística tem uma periodização mensal e devolve um valor mensal em euros por metro quadrado.
Já no setor imobiliário, o cenário é distinto, pois tem uma noção dos conceitos valor e preço diferente.
Isto é, a variável preço reflete sempre o montante pelo qual um negócio é efetivamente realizado. Na prática, corresponderá ao valor da escritura. Já a variável valor, no caso em apreço, não é mais do que um valor de avaliação atribuído por um Perito Avaliador Independente.
Ou seja, resulta da análise do perito e experiência relativamente ao tipo de imóvel avaliado e respetiva localização e deve estar baseado numa amostra de transações suficientemente grande e homogénea que lhe permita obter um resultado final tão próximo quanto possível de um preço de venda.
Ainda assim, saliente-se que esse resultado não deixa de ser uma estimativa e, como tal, não será idêntico a um preço de venda.
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