Em dez das 18 economias analisadas pelo o Fundo Monetário Internacional (FMI) expostas no estudo “Affordable Rental Housing – Making It Part of Europe’s Recovery“, divulgado esta quarta-feira, os inquilinos de classe média tiveram de fazer um esforço para conseguir pagar aos senhorios, com as rendas das casas onde vivem a ficarem de 9 a 67% mais caras, entre 2007 e 2018. Portugal, Suíça, Eslovénia e Luxemburgo apresentaram as maiores subidas das rendas, refere o mesmo relatório.
Arrendar uma casa é cada vez mais difícil na Europa, diagnostica FMI. E Lisboa foi a cidade onde, num período de dez anos, os preços das rendas mais subiram no contexto europeu.
Em média, uma família europeia destina 27% dos rendimentos para pagar aos proprietários, mas quase 60% dos agregados mais desfavorecidos gastam mais de 40% do que ganham para pagar as casas arrendadas onde vivem. E esta situação é mais grave entre os jovens e para quem vive em centros urbanos.
Dados do FMI mostram que as subidas nas grandes cidades excedem várias vezes o aumento médio nacional, com Lisboa a liderar esta tendência, seguida por Dublin, na Irlanda e Reiquiavique, na Islândia.
Em sentido inverso, em países como Itália e Reino Unido, “os preços ao nível das cidades diminuíram, possivelmente refletindo, em alguns casos, inversões de crescimento em períodos anteriores”, pode ler-se no mesmo estudo.
Estas diferenças na evolução dos preços, para o FMI, “refletem a natureza local dos mercados de arrendamento e as pressões como a dinâmica de renda, migração, urbanização, atividade de investimento e desenvolvimentos mais amplos do mercado imobiliário.”
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