A intervenção, que está a ser contestada pelos moradores, estava prevista no projeto de urbanização para os espaços verdes do bairro localizado na Bobadela e previa a construção de 90 habitações unifamiliares nas zonas da várzea (80) e da mata (10).
No entanto, em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares (CDU), referiu que a autarquia conseguiu chegar a um entendimento com o promotor do projeto para adquirir os terrenos da mata e evitar a sua destruição para a construção das habitações.
"Nos contactos com a população ficou para nós evidente que a questão mais sensível era a destruição de uma parte da mata. E, portanto, nós que já tínhamos vindo a tentar demover o promotor dos seus objetivos e dos seus direitos voltámos a pressionar para, pelo menos, salvar a mata do Bairro da Petrogal", sublinhou o autarca.
Bernardino Soares ressalvou que este acordo, que ainda terá de ser aprovado em reunião de Câmara, é o "possível" no quadro dos direitos adquiridos pelo promotor do projeto, a partir de 2018 aquando da aprovação do Plano de Pormenor do Bairro da Petrogal.
"Este acordo é um acordo que exige um elevado esforço financeiro por parte do município, mas pensamos que corresponde àquilo que era mais salientado pelas populações", apontou.
Além dos terrenos da mata, o acordo prevê a aquisição de um terreno dentro do perímetro do Bairro da Petrogal, mas fora da mata, que será destinado à construção de um equipamento público.
"No momento certo teremos de ver para quê será utilizado. Por exemplo, nós continuamos a defender que tem de reabrir a unidade de saúde na Bobadela, que foi encerrada em 2013, e aquele terreno fica capaz de poder ser um terreno onde ela possa ser localizada", explicou o autarca.
O Plano de Pormenor do Bairro da Petrogal (PPBP) foi aprovado pela Câmara Municipal e Assembleia Municipal no mandato que decorreu entre 2005 e 2009, estando em vigor desde 19 de fevereiro de 2008.
O antigo bairro operário da Petrogal foi inaugurado na década de 1940 para alojar os trabalhadores da refinaria de petróleo da Sacor (posteriormente Petrogal, hoje em dia Galp), sendo constituído por habitações, zonas de lazer, uma igreja, um hospital e também uma mata e uma várzea, onde está prevista a construção de cerca de 90 moradias.
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