"O flagelo da habitação na Madeira foi ultrapassado graças aos grandes investimentos que foram feitos pelo Governo Regional", declarou Miguel Albuquerque, na inauguração de um empreendimento habitacional no Funchal.
O governante madeirense salientou que o executivo regional tem "cerca de 12 mil famílias que são [suas] arrendatárias" e que "a habitação social hoje não é a necessidade primeira como já foi há uns anos".
Contudo, acrescentou, a Madeira ainda tem "algumas carências que têm de ser supridas" nesta área.
"O grande esforço que vamos fazer neste quadro comunitário de apoio e também da chamada 'bazuca' (Programa de Recuperação e Resiliência) - não gosto nada dessa expressão - será no sentido de continuarmos a resolver os problemas habitacionais das famílias", sublinhou.
O chefe do executivo madeirense, de coligação PSD/CDS, apontou ser necessário "levar em linha de conta que se a Madeira começa a ser um destino atrativo para residentes estrangeiros, é normal que o preço das habitações suba".
Por esta razão, explicou, o Governo Regional tem de conseguir "encontrar um mecanismo de compensação para que essa subida de preços não interferir no mercado, no sentido dos residentes e os casais jovens não serem prejudicados no acesso à habitação".
No entender de Albuquerque, "a forma de o fazer é encontrar modalidades de compensação, quer nos custos diretos ou indiretos da habitação, e disponibilizar no mercado a preços mais acessíveis, sobretudo para os residentes na Madeira".
O presidente do executivo recusou acompanhar o objetivo traçado pelo primeiro-ministro, António Costa, de alcançar, com o apoio da denominada 'bazuca europeia', "os 50 anos do 25 de Abril com toda a gente em Portugal a ter uma casa condigna".
"Não vou prometer", sublinhou, considerando que vão existir sempre "carências habitacionais por circunstâncias diversas".
Albuquerque apontou também que a região tem de saber aproveitar a sua "situação privilegiada do ponto de vista do impacto pandémico da covid-19", porque é, "neste momento, das regiões mais aprazíveis e acolhedoras no contexto europeu".
"Isso significa que devemos aproveitar esta oportunidade para captar novos investimentos, residentes para a Madeira, capitais e não termos medo de ser uma região cosmopolita aberta ao mundo e aos outros", argumentou.
Albuquerque assumiu ter "uma dívida de gratidão para com os empresários da construção e do imobiliário".
"Se houve um setor nestes dois anos que soube resistir à crise foi o setor imobiliário, que soube dar a volta por cima e está com grande potencial de crescimento", devido à "garra, tenacidade, capacidade de trabalho e resistência dos próprios empresários do setor", realçou.
"Temos novos e grandes desafios pela frente, como o da recuperação económica e social. Vamos fazê-lo e podem contar com o Governo para prosseguirmos neste caminho", concluiu.
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