No que concerne às metas definidas pelo Governo para o setor no âmbito do PRR e da ELPRE (Estratégia de Longo Prazo para a Renovação de Edifícios), o presidente da ADENE, Nélson Lage, explica que "todas as políticas, estratégias e programas vão trabalhar em conjunto" em prol da descarbonização e da maior eficiência no consumo de recursos naturais, mas também para mitigar a pobreza energética do parque edificado português.
De forma a atingir os objetivos propostos para os próximos 30 anos, "é fundamental renovar o parque edificado", revela Nélson Lage. E "com a bazuca europeia temos uma grande oportunidade para investir a sério nos próximos cinco anos." Por exemplo, entre as subvenções e linhas de crédito, "só a ELPRE tem previsto um investimento global de 7.671 milhões de euros até 2040 para reduzir a pobreza energética dos edifícios, o que de grosso modo, representa mais de 250 milhões de euros por ano para este fim", adverte o presidente da Agência para a Energia.
Segundo a Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII), Nélson Lage, falava durante o 34.º Executive Breakfast da associação, numa sessão sobre 'A importância da reabilitação e da eficiência energética dos edifícios no âmbito do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência'.
"Todo este investimento na renovação do parque edificado ao longo dos próximos 30 anos terá certamente efeitos muito positivos e que esperamos que se prolonguem por mais outros 30 anos. No entanto, "temos, sim, que ir avaliando o feedback do setor à medida que vamos anunciando e implementando estas medidas", garantiu o responsável.
"A eficiência energética já está definitivamente no centro da ação política" e, como tal, é um elemento central no pacote de ações preconizado pelo Governo no PRR, revela ainda Nélson Lage. Mas, a verdade é que "o tema nunca esteve tanto na ordem do dia junto da opinião pública como agora, pois o próprio consumidor final está mais consciente" do impacto ambiental das suas escolhas e ações, e da urgência da descarbonização, refere a APPII.
Ainda assim, "há um novo paradigma" que começa a ganhar corpo, afirma Nélson Lage, garantindo que "o futuro do imobiliário terá de passar necessariamente pela maior utilização de materiais e práticas mais sustentáveis", sustentou o presidente da Agência para a Energia.
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