Preço das casas no Reino Unido dispara com o teletrabalho
Isto porque os britânicos estão dispostos a pagar por mais espaço, diz o Banco de Inglaterra. "O recente aumento do preço das casas reflete uma mudança nas preferências das casas maiores, uma vez que são mais os consumidores a estimar que irão precisar de um espaço de escritório em casa", revela o governador Ben Broadbent.
© REUTERS/Henry Nicholls
Casa Reino Unido
O Banco de Inglaterra revelou que o trabalho remoto está a impulsionar a subida dos preços das casas no Reino Unido. Isto porque os britânicos estão dispostos a pagar por mais espaço, segundo a entidade bancária britânica. Tal como informa a Bloomberg, o vice-governador Ben Broadbent declarou que o recente aumento do valor das habitações reflete uma mudança nas preferências das casas maiores, uma vez que são mais os consumidores a estimar que irão precisar de um espaço de escritório em casa, devido ao teletrabalho.
Por seu lado, o governador britânico Andrew Bailey deu conta de que uma proliferação de hipotecas de alto valor está igualmente a incentivar os consumidores a pagar mais por uma casa no Reino Unido.
Estas observações sugerem um impacto a longo prazo no mercado imobiliário da Grã-Bretanha, invertendo assim a recuperação da economia do Reino Unido depois da pior recessão vista em três séculos. Grande parte deste impacto tem sido atribuído a uma redução de impostos que agora começou a desenrolar-se. Ainda assim, o Banco de Inglaterra vê os fatores estruturais como um apoio mais firme.
"As pessoas trabalharam mais em casa e esperam trabalhar mais a partir de casa", sustenta Broadbent. E acrescenta, "o espaço em casa tornou-se mais valioso, e em particular, o espaço em casa fora dos centros da cidade."
De acordo com o governador Bailey, os bancos também arriscaram e ofereceram mais hipotecas, com as taxas de juro dos empréstimos a descer. Conforme refere o relatório de Política Monetária do Banco de Inglaterra divulgado esta quinta-feira, o preço médio cotado para uma hipoteca com uma LTV de 90% caiu 85 pontos base desde o início do ano, faz notar a Bloomberg.
Já consoante o relatório do Halifax, o valor das casas subiu 7,6% face ao ano anterior, em julho, mais lento do que o registado no mês anterior (8,7%). "Esperamos que o mercado imobiliário se mantenha sólido nos próximos meses, com o crescimento anual dos preços a continuar a abrandar, mas a manter-se bem em território positivo até ao final do ano", revelou Russell Galley, diretor-geral da Halifax.
Por seu turno, as estimativas da Nationalwide, reveladas num relatório divulgados na semana passada, divulgam que a procura permaneça sólida a curto prazo, impulsionada pela elevada confiança dos consumidores, pela escassez de casas para venda e pelos baixos custos de empréstimos continuados. O credor deu ainda conta que o ritmo anual de crescimento dos preços caiu para 10,5% em julho, de um máximo de 17 anos de 13,4%.
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