"É muito importante que na compra da primeira casa saibamos o montante que poderemos oferecer", começa por revelar Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças. "Até onde é que podemos ir, tendo em conta os nossos rendimentos e alguma poupança que já tenhamos de parte", sustenta.
Em comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, o Doutor Finanças revela que reconhece que para os que compram casa pela primeira vez, há passos no processo que podem tornar-se confusos. Por isso, "é determinante saber que há encargos avultados logo no início e que temos de estar preparados para eles”, informa Rui Bairrada.
Nesse sentido, se está a pensar comprar a sua primeira casa com crédito à habitação, saiba que há várias questões que deve ter em consideração, começando pelas taxas, passando pelos impostos, bem como outros encargos e documentação obrigatória, lê-se no documento.
Para começar, é vital perceber qual a prestação que pode pagar, tendo em consideração que a prestação do crédito habitação não deve superar os 30% dos rendimentos. Após percebermos quanto podemos pagar, o Doutor Finanças deixa as seguintes dicas:
Analise as várias taxas
Um dos primeiros pontos a analisar após percebermos quanto podemos pagar, é que tipo de taxa de juro nos é mais vantajosa. Note que nem sempre o que é mais barato no imediato é o mais vantajoso.
Taxa fixa, mista ou variável?
Se optarmos por uma taxa fixa, significa que não vamos sentir oscilações ao longo do contrato, revela o Doutor Finanças. Sendo que no início do contrato a prestação será mais elevada. Já uma taxa mista implica que nos primeiros anos haja alguma estabilidade. Terminando esse período, a prestação passa a refletir a evolução da taxa Euribor que ficou contratada, note-se.
Contudo, é importante realçar que a escolha da taxa deve ser feita tendo em consideração alguns fatores:
- Spread – Valor fixo que fica acordado com o banco na assinatura do contrato do crédito à habitação e que só poderá ser mudado se houver alguma alteração no contrato.
- TAN e TAEG - A TAN (Taxa Anual Nominal) é a taxa que inclui o indexante e o spread. Já a TAEG (Taxa Anual Efetivo Global) é a taxa que reflete todos os custos associados ao contrato. Esta taxa é a que mostra qual dos contratos será menos dispendioso.
Prepare todos os documentos necessários
De acordo com a plataforma especialista em finanças pessoais, para um crédito da casa, os bancos pedem documentos, como: Documento de identificação; Documento com o número de identificação fiscal; Última declaração de rendimentos entregue nas Finanças e respetiva nota de liquidação; Últimos três recibos de vencimento; Mapa de responsabilidades de crédito; Últimos três extratos mensais das contas de depósito à ordem de outras instituições bancárias, para comprovar o nosso vencimento; e Declaração da Entidade Patronal.
Tenha dinheiro para dar de entrada
Note que atualmente as instituições financeiras só podem financiar até 90% do valor da escritura ou da avaliação (sempre o valor mais baixo). Esta medida significa que os clientes têm de ter capital disponível, faz notar o Doutor Finanças.
Não se esqueça dos encargos com seguros obrigatórios
À prestação mensal que vamos ficar a pagar ao banco ainda acresce o valor dos seguros obrigatórios que temos de fazer: o seguro de vida e o seguro multirriscos. Sublinhe-se que caso faça os seguros junto do banco poderá beneficiar de uma redução do spread.
Faça simulações e compare propostas de vários bancos
Para a plataforma, a forma de conseguir a melhor proposta de crédito é pedir várias simulações. Nestes casos devemos comparar a TAEG e o MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor). Este último é a soma do montante total do empréstimo correspondente aos custos associados ao crédito.
Espere pela avaliação da casa
Para começar, saiba que o valor de aquisição do imóvel pode ser diferente do valor de avaliação. Ou seja, o imóvel é colocado à venda por um valor, mas a avaliação pode dar um valor diferente, que poderá ter implicações no crédito habitação.
Se a avaliação do imóvel for inferior ao valor de aquisição, o banco não vai financiar aquilo com que contava, pois o banco só pode financiar até 90% do valor da avaliação ou da aquisição, sendo que conta sempre para estas contas o valor mais baixo, informa o Doutor Finanças.
Prepare-se para o embate do IMT
Segundo a plataforma, a seguir ao valor de entrada, o valor que mais peso tem na compra de uma casa são os impostos que temos de pagar na escritura, nomeadamente o Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), para casas acima dos 92.407 euros, e o Imposto de Selo.
O IMT é um imposto que se paga uma única vez e varia consoante o valor de aquisição do imóvel ou o valor patrimonial tributário (é considerado o mais alto).
Faça contas ao IMI e ao condomínio
Depois de concretizar a compra da sua casa, é importante ter em mente que há, pelo menos, dois encargos que passará a ter com regularidade: O condomínio e o Imposto Municipal de Imóveis (IMI).
Faz ainda notar o Doutor Finanças que como se trata da primeira casa que compra, é possível ter direito à isenção de IMI, nos primeiros três anos, dependendo do valor da casa.
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