"Sem água, saneamento e entre construções precárias." São estas as condições de vida de quase 500 pessoas e de cerca de 100 crianças que habitam um bairro de cariz ilegal na Costa da Caparica, em Almada. Conhecido como 'Terras da Costa', esta zona é maioritariamente ocupado por duas comunidades de origem africana e cigana, segundo informa o Archdaily.
De acordo com a plataforma, é vital fornecer acomodação para as comunidades que ficam sem casa devido ao impacto de fatores climáticos, conflitos políticos e culturais. Nesse sentido, surgem soluções de habitação temporária que podem ser implementadas de forma rápida e eficiente.
E para atender a estas necessidades por meio de respostas arquitetónicas adequadas, surgem as cozinhas comunitárias são projetadas para ajudar a gerar um sentimento de "normalidade" na vida doméstica dos seus usuários.
Assim, a população da 'Terras da Costa' decidiu que a construção de uma cozinha comunitária seria o passo prioritário na melhoria das suas condições de vida, constituindo-se como um espaço que poderia vir a ser partilhado por todos e gerido pelos moradores. Um lugar que poderia oferecer condições básicas para estar e cozinhar coletivamente, com alguns pontos de água e anti-incêndio.
Não existem dados oficiais relativos à gênese deste bairro, segundo informa o Archdaily. Só se sabe que a construção das casas terá começado a partir da existência de construções de apoio à atividade agrícola, havendo relatos de moradores que dizem ali habitar há 30 anos.
Com a comunidade, a Comissão de Bairro das Terras da Costa, a associação entre o ateliermob e o Projeto Warehouse, com a Câmara Municipal de Almada e o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, desenvolveram e construíram o projeto neste bairro. A cozinha foi inaugurada em dezembro de 2014.
O ateliermob começou a trabalhar com esta comunidade no âmbito do workshop 'Noutra Costa', promovido pelo Departamento de Arquitetura e pelo Centro de Estudos de Arquitetura, Cidade e Território da Universidade Autônoma de Lisboa.
Desde então, tem vindo a reunir com alguns dos seus representantes, e membros do projeto Fronteiras Urbanas, e participado no processo de eleição da primeira comissão de bairro e promovido, com a Câmara Municipal de Almada, as reuniões iniciais entre o município e os moradores, faz ainda notar a plataforma.
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