Os magnatas do setor imobiliário da Rússia estão a acumular grandes fortunas depois das medidas do Governo para impulsionar o mercado durante a pandemia. De acordo com a Bloomberg, este aumento de investimento conseguiu ajudar a impulsionar o ‘boom’ imobiliário.
Por exemplo, o multimilionário Sergey Gordeev, presidente e CEO do PIK Group, viu o seu património líquido a mais do que duplicar este ano, para 8,9 mil milhões de dólares, de acordo com os dados divulgados pela Bloomberg Billionaires Index. Já Pavel Golubkov e Mikhail Kenin, que detêm participações no Samolet Group, outra empresa de imobiliário, também viram as suas participações aumentar de valor para mais de mil milhões de dólares este ano, depois de as ações terem subido mais de cinco vezes em 2021.
De realçar que os mercados imobiliários internacionais têm estado em alta durante a pandemia, apoiados pela queda das baixas taxas de juro e pelo aumento da procura por casas, com cada vez mais pessoas à procura de habitações ou fazer novos investimentos. E a Rússia não fugiu à regra.
Além disso, o Governo de Vladimir Putin introduziu um programa de subsídios aos empréstimos em abril de 2020 para estimular a procura na pandemia. Isto provocou um aumento dos preços das casas. Há uma procura "enorme" de habitação, revelou o CEO Anton Elistratov em entrevista à Bloomberg. Contudo, "a oferta é muito limitada", sustenta.
Preços das casas na Rússia aumentaram 14,4% até junho
De acordo com o relatório do Global House Price Index da Knight Frank, a que a Bloomberg teve acesso, os preços da habitação na Rússia subiram 14,4% até junho, em comparação com o período homólogo. Esta subida coloca assim o país no 'top 10' da lista onde os preços das casas mais cresceram.
Já os empréstimos para a compra de casa também aumentaram para 545 mil milhões de rublos (aproximadamente 6,41 mil milhões de euros) em junho, um aumento de 150% face ao mesmo mês de 2019, segundo revelou a empresa russa de investigação imobiliária Cian.
Assim, em julho do ano passado, as autoridades já tinham deixado o alerta para a sustentabilidade de um 'boom' imobiliário. Isto porque os subsídios poderão ter consequências graves no futuro, nas palavras do responsável russo das Finanças, Alexei Moiseev.
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