Gastos com energia em Espanha sobem 40% nas casas menos eficientes
Em termos gerais, 84% das casas em Espanha estão localizadas na secção mais baixa da lista de energia, com uma classificação energética E, F ou G.
© iStock
Casa Espanha
Ao aumento do preço da eletricidade e à subida do custo do gasóleo e do gás doméstico, acrescenta-se o envelhecimento do parque habitacional espanhol, que tem uma média de 45 anos. Neste contexto, o gasto energético aumentou 40% face a 2020 nas casas menos eficientes de Espanha, segundo dados da calculadora de energia do Conselho Geral de Arquitetura Técnica (CGATE), a que o Observatorio Inmobiliario teve acesso.
"Este aumento decorre da nova tarifa da eletricidade e do aumento dos custos na produção de eletricidade. Por isso, as famílias não preparadas para o frio poderão sofrer grandes aumentos na sua fatura de eletricidade este ano, com aumentos até 600 euros a mais por ano", explica Ferran Font, diretor de estudos e porta-voz da pisos.com.
Em termos gerais, de acordo com dados do Instituto para a Diversificação e Poupança de Energia (IDAE), 84% das casas em Espanha estão localizadas na secção mais baixa da lista de energia, com uma classificação energética E, F ou G. O envelhecimento do parque habitacional espanhol estende-se nas grandes cidades, como Barcelona, cuja capital e província, com uma média de 57 anos de idade, exigem medidas urgentes.
"É uma situação que pode piorar, uma vez que as casas atuais vão continuar a envelhecer e a arrastar problemas como resultado direto da passagem do tempo. O foco principal, portanto, deve ser colocado no isolamento térmico das casas e é que só desta forma é que a atual tendência perigosa pode ser invertida", sustenta Font.
Fundos de reabilitação urbana?
O atual envelhecimento energético e a sua consequente necessidade de renovar o parque habitacional é um problema que pode ser alargado ao resto da União Europeia, escreve o jornal espanhol. Conforme avançam os dados do Ministério da Transição Ecológica e do Desafio Demográfico, as famílias representam até 40% do consumo de energia de todos os Estados-Membros.
"É importante esclarecer que não só é necessário reabilitar casas e criar novas com melhores condições, como é urgente injetar dinheiro para melhorar a eficiência do parque habitacional existente, o que não é eficiente do ponto de vista energético", acrescenta Font.
Nesse mesmo ano, o Governo já aprovou uma primeira rubrica do chamado Plano de Reabilitação e Regeneração Urbana, que terá uma dotação total de 6.820 milhões de euros para o período 2021-2023, destinada à reabilitação de habitações e edifícios, tanto públicos como privados, e à construção de habitação social.
"As intervenções e alterações necessárias exigirão um custo elevado, uma vez que, para evitar o risco de pobreza energética, devem ser tomadas medidas em todo o edifício, para isolar termicamente fachadas, telhados e janelas", conclui Font.
Leia Também: Programa Edifícios + Sustentáveis "esgota dotação" dia 16 deste mês