Os créditos à habitação com taxa variável são uma opção mais económica face aos contratos com taxa fixa. Quem o afirma é a DECO Proteste, que chega a esta conclusão depois de analisar as condições dos bancos portugueses, para a compra de uma casa. Segundo a defesa do consumidor, a vantagem da taxa fixa recai no facto de não estar dependente das oscilações do mercado. Por seu turno, os juros dos contratos com taxa variável variam consoante a evolução da Euribor a 3, 6 ou 12 meses.
Assim, em setembro deste ano, a DECO realizou um estudo e concluiu que apenas cinco bancos apresentavam soluções de taxa fixa para prazos de 30 anos (Abanca, Banco BPI, Best Bank, Caixa Geral de Depósitos e Novo Banco). Mais ainda, amortizar antecipadamente um empréstimo com taxa fixa implica pagar 2% sobre o montante amortizado, em vez dos 0,5% cobrados quando a taxa é variável.
Taxa variável mais económica num empréstimo de 200 mil euros
A defesa do consumidor fez as contas a um financiamento de 200 mil euros (com e sem vendas associadas), para um prazo de 30 anos, com relação de financiamento-garantia de 80%. Analisou a oferta das instituições de crédito em contratos de taxa fixa e variável e considerou a taxa mista, que permite fixar os juros durante um determinado período, findo o qual passam a variáveis. A conclusão? Os contratos com taxa variável são os que permitem pagar prestações mais baixas e beneficiar de TAEG mais atrativas.
Contratos sem vendas associadas
[* O Banco BPI isenta os clientes das comissões iniciais em créditos com taxa fixa aprovados até 31 de dezembro]© DECO Proteste
Nos empréstimos sem vendas associadas, optar pela taxa variável permite uma poupança de 1.941 euros em prestações, ao fim de um ano, em comparação com um crédito com taxa fixa. A TAEG é também mais reduzida (1,6% em vez de 3,2%).
Contratos com vendas associadas
© DECO Proteste
Faz ainda sobressair a DECO que também nos créditos com vendas associadas, os clientes com contratos com taxa variável pagam prestações de valor inferior e beneficiam de TAEG mais reduzidas.
Taxa mista só deve ser considerada para prazos longos
Por seu lado, com a taxa mista (muitas vezes, apelidada de fixa), dependendo da oferta do banco, o período em que esta se mantém inalterada pode ir de um a 30 anos, desde que os contratos tenham prazos superiores, explica a DECO.
De acordo com o estudo, em créditos com taxa fixa durante os primeiros cinco anos, a prestação é 40 euros mais alta do que a de um empréstimo com taxa variável. Terminado esse período, a prestação continua a superar a dos créditos de taxa variável. Isto acontece por causa dos juros mais elevados, nos primeiros anos, não terem permitido amortizar a capital. Logo, passados cinco anos, o montante em dívida é superior ao de um contrato com taxa variável.
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