Na 4.ª edição do Barómetro ‘Confiança dos Proprietários’, elaborado pela Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), 72,7% dos inquiridos afirma não ter confiança na evolução do mercado. Segundo o inquérito da ALP, enviado em comunicado ao Notícias ao Minuto, este é o valor mais alto deste indicador registado nas quatro edições do Barómetro da ALP. Note que a falta de confiança rondava uma média de 55% das respostas dos proprietários nas três edições anteriores.
Segundo o mesmo documento, os receios entre os proprietários para o novo ciclo político recaem no aumento da carga fiscal (com 73,5% das respostas), no aumento da morosidade da justiça (38,5%) e no regresso ao congelamento das rendas, com um terço (33,6%) das respostas.
Não obstante o congelamento de rendas não ter sido prorrogado devido ao 'chumbo' do Orçamento do Estado para 2022, a esmagadora maioria dos proprietários vai “fugir” do arrendamento, salienta a ALP, sendo que cerca de 89,2% afirma que não vão colocar os imóveis vagos neste segmento. Destes, 41,4% vão optar por colocá-los à venda, e quase um terço dos respondentes (30%) prefere manter os imóveis vagos à espera de melhores condições de estabilidade, pode-se ler no comunicado.
33,2% dos inquiridos afirmam que têm rendas em atraso
A 4.ª edição do Barómetro Trimestral da ALP revela ainda que verificou-se uma pequena descida no clima de incumprimento do pagamento de rendas. No entanto, 33,2% dos inquiridos afirmam que têm rendas em atraso.
Nas três edições anteriores do Barómetro, a percentagem de incumprimento ascendia aos 40%, tendo atingido o pico de 60% em outubro de 2020. Destes, 35,6% acumula dois a três meses de renda em atraso. Já uma fatia de 28% suportava atrasos de pagamento de rendas dos seus imóveis superior a seis meses.
Faz ainda notar a associação que os contratos de arrendamento congelados são ainda arcados pela esmagadora maioria dos proprietários auscultados (61,4%) pela ALP. Quanto aos programas de arrendamento acessível do Governo e das autarquias, estes convenceram apenas 2,3% da amostra de respondentes.
Por sua vez, 95% dos proprietários afirma não confiar nestes programas, com quase metade dos respondentes (44,5%) a expressar receio de que os termos contratuais e os benefícios fiscais concedidos possam ser unilateralmente alterados.
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