Nos últimos três anos e meio, a consultora imobiliária JLL contabilizou 185 milhões de euros investidos neste tipo de ativo, dos quais 63% em aquisição de imóveis já em operação e outros 37% em projetos de desenvolvimento, sendo que distrito de Lisboa recebeu 67% deste investimento, seguido pelo distrito de Faro (24%), e o Distrito do Porto (9%)
Esta é a principal conclusão retirada do estudo sobre residências sénior em Portugal, realizada pela JLL, enviado ao Notícias ao Minuto. Este relatório indica que este setor imobiliário irá crescer enquanto alvo de investimento nos próximos anos, beneficiando do desequilíbrio entre uma procura em forte expansão e uma escassez estrutural de oferta, lê-se no documento.
Em termos de investimento, só nos primeiros seis meses de 2021 foram alocados 65,5 milhões de euros a este segmento. Segundo a JLL, este montante equivale a 36% de todo o investimento no segmento desde 2018 e sucede a um ano recorde em que foram transacionados pouco mais de 73 milhões de euros.
“No âmbito dos segmentos alternativos, o subsegmento do 'Senior Living' está com uma dinâmica muito forte e que tende a crescer bastante nos próximos anos”, revela Gonçalo Santos, Head of Capital Markets da JLL, citado em comunicado.
“É um tipo de ativo que permite atualmente diversificar bastante o investimento, pois devido à escassez de stock adequado, as operações de promoção são uma parte importante da alocação de capital. Em termos futuros, este investimento à cabeça vai ter também um impacto muito positivo no mercado”, acrescenta.
São necessárias 17 mil camas em residências sénior até 2025
Faz ainda sobressair o mesmo comunicado que a consultora estima que até 2025 sejam necessárias mais 17 mil camas para atingir a taxa de cobertura de 5% definida pela Organização Mundial de Saúde. Este número resulta das previsões de crescimento da população idosa que se estima que chegue a 2.5 milhões de habitantes neste ano, explica a JLL.
Tendo em consideração o 'stock' atual de camas e no número de camas em pipeline neste horizonte temporal (8.000), em 2025, a taxa de cobertura estaria nos 4.3% abaixo do target definido pela OMS. Neste sentido, existe uma falta de 17 mil camas para serem desenvolvidas no mercado no curto prazo para Portugal responder ao rácio apontado pela OMS.
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