Será este o ano certo para comprar casa? O que dizem os especialistas

Embora seja possível avaliar a evolução dos preços das casas até à data e ter uma perspetiva do que aí vem, a verdade é que o mercado imobiliário não é linear. Por isso, se comprar casa fizer parte das suas resoluções para este ano, saiba que a chave é estar informado, revela o Doutor Finanças.

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Notícias ao Minuto
03/01/2022 12:55 ‧ 03/01/2022 por Notícias ao Minuto

Casa

Habitação

Tal como já havia declarado Patrícia Barão, Head of Residential da JLL, ao Casa ao Minuto, "num primeiro momento, com a notícia da pandemia e os consecutivos confinamentos, muitos pensaram que os preços da habitação iriam cair a pique ou que os níveis de procura iriam abrandar. Mas isso não aconteceu."

A verdade é que, durante 2021, os preços das casas continuaram a subir e os últimos dados disponibilizados pelo INE confirmam isso mesmo.

Recorde-se que, no terceiro trimestre deste ano, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) aumentou 9,9% em termos homólogos, mais 3,3 pontos percentuais (p.p.) que no trimestre anterior. "A subida dos preços foi mais expressiva nas habitações existentes (9,9%) por comparação com as habitações novas (9,5%)", revelou o instituto de estatística.

Já no resto do mundo, o preço médio das casas subiu 9,4% no mesmo período. Esta conclusão surgiu no estudo 'Global House Price Index', realizado pela consultora imobiliária internacional Knight Frank, que divulgou que dos 56 países e territórios analisados pela consultora, 54 viram os seus preços a crescer

No entanto, embora seja possível avaliar a evolução dos preços até à data e ter uma perspetiva do que aí vem, a verdade é que o mercado imobiliário não é linear. Por isso, se comprar casa fizer parte das suas resoluções para este ano, saiba que a chave é estar informado, salienta o Doutor Finanças.

Quais as perspetivas para 2022?

Segundo especialistas do setor, o mercado imobiliário em 2022 não vai ser muito diferente daquele que já conhecemos, ou seja, os preços poderão não baixar. Uma tendência que deverá ser potenciada pela falta de oferta de habitação face à crescente procura, enfatiza Gonçalo Rodrigues, consultor em Finanças Imobiliárias, artigo escrito para o Doutor Finanças. "A procura mantém-se elevada e assim continuará enquanto as condições macroeconómicas o permitirem”, revela. 

Por sua vez, Cláudio Santos, Chief Commercial Officer (CCO) do Doutor Finanças faz sobressair que "mais procura para menos oferta faz subir os preços e pode mesmo levar a que o Banco Central Europeu decida antecipar a decisão e retirar já os principais estímulos à economia, dificultando o acesso ao crédito e encarecendo os empréstimos em vigor”.

Além disso, com o fim das moratórias, surgiram muitas especulações sobre o aparecimento de uma nova crise, devido ao possível aumento do incumprimento de muitas famílias, escreve a plataforma. Mas, como este cenário acabou por não acontecer, a ideia de uma possível diminuição dos preços da habitação também se desvaneceu.

"Apesar de existir algum aumento do crédito em incumprimento, rapidamente se percebeu que a questão está longe de ser um problema macro ou de se transformar num risco sistémico”, sustenta o CCO.

E os juros, vão subir? 
 
Com as taxas de juro em mínimos históricos, é expectável que estas venham também a subir. Prova disso é que, em novembro, a taxa de juro implícita nos contratos de crédito subiu para 0,807% (0,803% no mês anterior), recorde-se.

Já a inflação, que tem apresentado uma tendência de aceleração, atingiu em dezembro os 2,8%. De acordo com a plataforma, a inflação faz com que a construção das casas novas fique mais cara, logo os preços de venda também serão superiores. Ou seja, as casas novas ficarão mais caras num mercado onde os preços continuam a subir.

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