Novas instalações da Porto Ambiente e GO Porto vão ter certificação LEED
O espaço que alberga as novas instalações das empresas municipais Go Porto e Porto Ambiente, cuja reabilitação ascendeu a quatro milhões de euros, é o "primeiro edifício público com certificação LEED", adiantou hoje o presidente da Câmara do Porto.
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Casa Autarca
Numa visita às novas instalações das empresas municipais Go Porto e Porto Ambiente, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, salientou que o espaço será o "primeiro edifício público com certificação LEED".
O LEED é um sistema de certificação de mérito ambiental, coordenado pelo United States Green Builing, que define boas práticas e avalia o desempenho ambiental do edifício em várias vertentes, como a eficiência energética, eficiência hibrida, o impacto ambiental dos materiais, gestão de resíduos, impactos locais e qualidade do ambiente interior.
Segundo o autarca, a certificação LEED, que está a ser aplicada em 50 mil edifícios na Europa (20 dos quais em Portugal), demorará cerca de "um ano" a ser obtida. A obra de requalificação do edifício São Dinis, que albergava o antigo canil do Porto, arrancou em março de 2019 e terminou em junho de 2021.
Fruto de um investimento de quatro milhões de euros, as duas empresas municipais, antes sediadas em edifícios privados na Rua Engenheiro Ferreira Dias (na zona industrial), partilham, desde julho de 2021, o mesmo edifício, ainda que em espaços diferenciados, que se unem através da cobertura.
O edifício integra um sistema de ventilação natural, equipamentos de eficiência energética, painéis fotovoltaicos e equipamentos sanitários com controlo de caudal e de temporização que permitirão economizar 40% da água em equipamentos sanitários, 60% de água em irrigação e incorporar 20% de água cinzenta (sistema de tratamento das águas na reutilização da rede de rega e lavagem de viaturas).
Aos jornalistas, Rui Moreira destacou que o espaço tem "todas as condições que garantem um impacto ambiental menor", representando uma "poupança de cerca de 40%".
"Todas as águas são reaproveitadas, tem coberturas verdes. No fundo, tem todas as questões que são necessárias para que a cidade dê o exemplo", salientou, acrescentando que com este tipo de reabilitações o município "não só quer ter um comportamento ambiental aceitável, como também quer, de alguma maneira, mostrar ao setor privado que é possível adequar edifícios" perante as exigências ambientais.
Lembrando as diferentes utilidades que o edifício São Dinis teve ao longo dos anos, ao ter sido até 1910 o matadouro municipal e depois o canil municipal, Rui Moreira salientou que a reabilitação do edifício é o tipo de "sinal" e "impulso" que a cidade precisa.
"Acho que para a vizinhança, a reabilitação deste edifício, que estava num estado lastimável, é também um sinal e impulso de que a cidade precisa deste tipo de reabilitações", observou.
Rui Moreira notou ainda que as empresas municipais fazem "um serviço muito importante para a cidade" e que a empresa Porto Ambiente já permitiu, através de "uma fiscalização pela positiva", atingir níveis de reutilização que "provavelmente só se contaria chegar daqui a quatro ou cinco anos".
De acordo com a informação partilhada pela empresa Porto Ambiente, nos últimos cinco anos, a cidade teve um crescimento "sustentado" na recolha seletiva de resíduos, que se traduz num "aumento de 22% desde 2017".
Em matéria de resíduos indiferenciados, também nos últimos cinco anos foi registada uma quebra, fixando-se a taxa em 11%, valores que "os munícipes valorizam cada vez mais os resíduos produzidos, através do seu correto encaminhamento".
Entre 2017 e 2021, foram enviados para aterro menos de 1% de resíduos, "tendo sido alcançada uma taxa de apenas 0,22%" no último ano.
Na nota partilhada com os jornalistas, a empresa salienta ainda que, face a 2017, houve um crescimento de cerca de 20% do número de ecopontos na cidade.
"Um esforço de todos ao longo destes cinco anos e com evidentes benefícios para o meio ambiente e para a qualidade de vida na cidade, ao permitir evitar a emissão de cerca de 51.202 toneladas de dióxido de carbono (CO2) equivalente para a atmosfera", refere a nota.
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