Na proposta, a que a Lusa teve hoje acesso, os vereadores da Educação, Catarina Araújo, e do Urbanismo, Pedro Baganha, salientam que "as carências de alojamento estudantil na cidade justificam que a Academia do Porto e a câmara congreguem esforços para a criação de uma nova oferta de alojamento".
"Não obstante as cerca de 6.000 novas camas disponibilizadas na cidade nos últimos anos em residências universitárias privadas, a verdade é que subsiste uma falta de resposta estruturada para os estudantes de classe média e média-baixa", observam.
Os vereadores afirmam que o alojamento estudantil que se pretende criar no prédio situado na Rua da Bainharia, no centro histórico da cidade, beneficiará vários estudantes, "independentemente do subsistema de ensino ao qual estejam afetos".
"O processo de seleção dos estudantes que virão a utilizar a nova residência deverá ter como base critérios específicos, nomeadamente, de carência socioeconómica", acrescentam os vereadores.
Na reunião privada de segunda-feira, o executivo vai votar a cedência do edifício, que representa um apoio global no valor de 307.440 mil euros, correspondente à cedência do espaço pelo prazo de 30 anos e por um "valor simbólico de 50 euros".
Os vereadores destacam ainda que a nova residência universitária contribuirá para "o rejuvenescimento do centro histórico da cidade, um objetivo estratégico do município".
Numa visita à futura residência universitária no final de janeiro, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou que a mesma será um projeto-piloto, fruto de uma "aliança estratégica" entre a autarquia, Universidade do Porto (U. Porto) e Federação Académica do Porto (FAP).
O edifício, reabilitado pela Sociedade de Reabilitação Urbana (Porto Vivo, SRU) no âmbito do programa do Morro da Sé e que se previa que albergasse o centro social, vai ter 20 quartos e deverá estar a funcionar já no próximo ano letivo.
Também presente na visita, a presidente da FAP, Ana Gabriela Cabilhas, afirmou que a residência permitirá providenciar "mais uma resposta" para um problema que é "crónico", nomeadamente, a falta de alojamento estudantil.
No âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a Universidade do Porto e a autarquia estão a discutir outros dois projetos de residências estudantis.
Uma das residências em estudo situa-se no Morro da Sé, no centro histórico, onde está prevista uma área de construção de 6.750 metros quadrados e um investimento estimado em cerca de sete milhões de euros.
A outra residência será no Monte Pedral, na Rua da Constituição, onde a área de construção ronda os 5.000 metros quadrados e o investimento entre os seis e 6,5 milhões de euros.
À época, o reitor da U.Porto, António de Sousa Pereira, salientou que estes projetos representam um acréscimo de "cerca de 400 a 450 camas" para estudantes universitários.
"Das residências a serem construídas em consórcio com a câmara andará na ordem das 300 [o número de] camas e este projeto-piloto achamos muito importante, porque é experimentar um novo modelo de residências que pode ser extremamente importante para o futuro e que vai ser avaliado por nós", observou o reitor, dizendo que se o projeto tiver sucesso pode ser estendido a residências de maior dimensão.
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