Em resposta à agência Lusa, a Câmara do Porto referiu hoje que o estudo urbanístico para a zona da Lapa prevê, entre outras ações, a construção de um parque urbano com 18.600 metros quadrados numa área que "compreende uma cedência no âmbito do processo de licenciamento do hotel e uma parcela municipal, junto do metro".
"A concentração da volumetria prevista para o terreno onde se localiza o hotel permitiu libertar a área destinada ao parque urbano", salienta.
Segundo a Câmara do Porto, o projeto do parque urbano encontra-se "na fase de colheita de pareceres às entidades", à qual se seguirá o projeto de execução e o lançamento do concurso público para a empreitada.
"Prevê-se que a obra possa ter início durante o próximo ano", adiantou a autarquia.
O projeto para a zona da Lapa prevê também o reperfilamento da rua de Cervantes, desde o entroncamento com a rua de Alves Redol, até à rua de Antero de Quental "em execução".
A renaturalização da ribeira, "atualmente entubada sob a rua de Cervantes", a plantação de espécies arbóreas, criação de percursos lúdicos e de um percurso pedonal que "garantirá melhores condições de acesso" à estação de metro da Lapa são outras das ações plasmadas no projeto urbanístico.
Num requerimento enviado ao presidente da Câmara do Porto na segunda-feira, a que a Lusa teve acesso, a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, disse ter constatado, numa visita recente aquela zona, que a "única obra que avançou foi a construção do hotel de grande volumetria junto à rua de Cervantes".
Citando os moradores daquela zona, Ilda Figueiredo referiu que "tudo o resto continua adiado", como o alargamento da rua de Cervantes, a construção do parque ajardinado nos terrenos municipais e a ligação pedonal "com condições dignas" à estação de metro, tendo solicitado informações sobre o calendário das obras previstas.
Em 09 de dezembro de 2019, numa nota publicada na sua página oficial, a Câmara do Porto dava conta de que o estudo urbanístico para a zona da Lapa previa a criação de novas frentes urbanas, sobretudo áreas residenciais, um parque urbano verde com 19 mil metros quadrados, a reformulação do acesso à estação de metro da Lapa e a colmatação da rede viária existente com a criação de novos arruamentos.
A apresentação do estudo urbanístico foi realizada na reunião do executivo, onde o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, explicou que o projeto da Lapa se iniciou com um pedido por parte da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), proprietária de terrenos naquela zona, e por parte de um privado.
À data, Pedro Baganha afirmou que uma das prioridades da intervenção passava pelo "reforço da atratividade do transporte coletivo", através de uma ligação pedonal mais favorável à estação de metro da Lapa, abolindo os caminhos de terra batida e prevendo uma nova passagem à cota da linha de metro.
A par da criação do parque urbano que previa a revitalização da Ribeira de Vilar (entubada na Rua de Cervantes), o estudo urbanístico, cujo investimento estimado era de 2,2 milhões de euros, destacava a construção de mais habitação e equipamentos de proximidade e novas acessibilidades.
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