O 'travão' aos novos registos de alojamento local na capital portuguesa ditou uma quebra do número de casas vendidas de 20%, ao mesmo tempo que os preços caíram 9%, de acordo com o estudo 'O mercado imobiliário em Portugal', da Fundação Francisco Manuel dos Santos, apresentado na segunda-feira. Contudo, a proibição de novos registos não é suficiente para reverter o aumento de preços dos últimos anos, segundo a análise.
"No que se refere ao mercado imobiliário, os resultados apontam para uma redução de cerca de 20% no número de transações de casas nas zonas tratadas. Ao mesmo tempo, os preços diminuíram 9%", pode ler-se no documento de resumo sobre o estudo.
De acordo com os autores da análise, isto "é um forte indicador de que a opção de arrendamento de habitação no mercado de curta duração é um importante determinante da procura nas zonas turísticas".
O estudo revela, contudo, que "em relação aos preços do alojamento local, estes não parecem reagir à proibição, pelo menos no curto prazo".
Verificou-se, contudo, que o "anúncio da introdução de restrições ao alojamento local levou a um aumento substancial do número de registos imediatamente antes da entrada em vigor da proibição".
Ainda assim, o estudo ressalva que os "resultados, apesar de revelarem efeitos consideráveis do turismo e do alojamento local de curta duração no mercado imobiliário, mostram que estes fenómenos não parecem ser suficientes para explicarem, por si só, os aumentos dos preços da habitação na cidade de Lisboa".
Ou seja, a "proibição de novos registos não é suficiente para reverter o aumento de preços dos anos do boom turístico".
A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou, em março, a proposta de "suspensão imediata" de novos registos de alojamento local na capital até à entrada em vigor da alteração ao regulamento municipal desta atividade.
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