Em declarações à agência Lusa, a propósito da publicação, em Diário da República (DR), do anúncio do concurso público para a empreitada, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima, Alípio de Matos, adiantou que a intervenção vai permitir aumentar a capacidade do equipamento para mais 30 lugares na creche.
Com mais de 30 anos, o edifício, situado no complexo da Villa Moraes, "apesar de não estar em más condições, tem de sofrer obras de beneficiação para corresponder às exigências atuais".
"Vai ser totalmente remodelado, desde a eficiência energética, isolamento. Praticamente só vão ser aproveitadas as paredes exteriores", especificou.
Segundo o Alípio de Matos, atualmente a creche é frequentada por 96 crianças e o jardim de infância por 62.
"Esta intervenção pretende ir ao encontro das preocupações que existem, atualmente, de falta de lugares em creche. Foi um dos motivos que nos levou a avançar com a reformulação para aumentarmos a capacidade e darmos resposta cabal à população. No ano passado, ficaram em lista de espera cerca de 35 crianças", apontou.
"A falta de capacidade de resposta nesta área, e a necessidade de dar mais bem-estar às crianças que frequentam a estrutura, com instalações mais modernas, foram determinantes para decidirmos avançar com uma obra desta dimensão", reforçou Alípio de Matos.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia prevê que a obra esteja concluída em maio de 2023, mas reconheceu que a conjuntura atual levanta algumas incertezas, "apesar do orçamento desta empreitada estar ajustado á realidade atual".
"Atendendo ao contexto da guerra [Ucrânia], entre outros motivos, têm certo receio, ou então apresentam orçamentos completamente empolados. Sei de um colega que abriu concurso para uma obra e os concorrentes apresentaram propostas muito acima do valor base. Nem é só o aumento do preço dos materiais, mas sobretudo esta incerteza do que vai acontecer dentro de três a quatro meses", destacou.
Durante as obras, as 158 crianças da creche e jardim-de-infância vão ser transferidas para um outro edifício da Misericórdia, um antigo lar de rapazes, que oferece "condições razoáveis para funcionar", até à conclusão da empreitada.
"Se não déssemos alguma resposta provisória, era uma tragédia para as famílias. A obra em causa não pode ser feita por fases por envolver criança. Não queremos correr riscos com a segurança das crianças", destacou.
A alteração da creche e jardim de infância, na freguesia de Arca e Ponte de Lima, tem um prazo de execução do contrato [prazo inicial sem incluir renovações] de 365 dias. As propostas podem ser apresentadas até às 17:00 do 21º dia a contar da data de envio do presente anúncio, na quarta-feira.
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