A vice-presidente da Câmara Municipal, Marilene Rodrigues, disse à agência Lusa que três famílias ucranianas, num total de 10 pessoas, foram já albergadas em habitações locais, na sequência da invasão militar daquele país do leste da Europa, desencadeada há três meses pela Rússia.
Dois agregados foram alojados com intervenção da autarquia, enquanto "a terceira família foi acolhida diretamente" pelo dono do imóvel, estando a Câmara agora a apoiar nos restantes procedimentos, segundo Marilene Rodrigues.
Duas destas famílias contaram com a participação de "pessoas amigas" nos processos de acolhimento em Miranda do Corvo, ao passo que "a outra foi encaminhada por uma entidade" de Coimbra.
Marilene Rodrigues, que detém os pelouros da área social, saúde, educação e cultura no executivo liderado por Miguel Baptista, adiantou que, no concelho, mais duas pessoas fugidas à guerra na Ucrânia foram protegidas pela Fundação ADFP, cujo centro de acolhimento "tem disponibilidade para mais uma família".
Entretanto, a Câmara Municipal continua a acompanhar o processo de acolhimento e integração dos refugiados nas três casas cedidas por particulares a título gratuito.
Dos três agregados, "só um deles é mais carenciado", disse a vice-presidente da Câmara, explicando que "os outros dois conseguem os seus meios de sustento", designadamente realizando trabalho por via remota.
"Já todos têm médico de família. Mas apoiamos naquilo que se puder fazer", sublinhou.
Numa nota sobre a "bolsa de habitação", a Câmara de Miranda do Corvo, no distrito de Coimbra, informa que, "para o efeito, criou um inquérito com o objetivo de efetuar um levantamento das disponibilidades de alojamento das famílias" para os refugiados da guerra na Ucrânia.
"Os cidadãos que possuam habitações disponíveis -- e que as queiram ceder às famílias ucranianas que cheguem ao nosso concelho -- poderão fazê-lo através do preenchimento" de um formulário disponível em https://forms.gle/NZDHoLDs9otETpBCA.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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