Três em cada dez proprietários dizem ter rendas em atraso
Estudo revela ainda que metade dos senhorios já sofreu atos de vandalismo nos seus imóveis.
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Casa Imobiliário
Três em cada dez proprietários dizem ter rendas em atraso e metade dos senhorios já sofreu atos de vandalismo nos seus imóveis. As conclusões são do barómetro 'Confiança dos Proprietários', que foi divulgado pela Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), esta sexta-feira.
O número de proprietários que diz ter rendas em atraso é, ainda assim, mais baixo do que em 2020, ano da pandemia.
"Há neste momento, face às anteriores edições do estudo da ALP, e nomeadamente comparando com o início da pandemia, em 2020, menos proprietários a suportar rendas em atraso. São, de acordo com o estudo, três em cada dez proprietários com rendas em atraso – quando no início de 2020 eram quatro em cada dez", pode ler-se num comunicado enviado ao Casa ao Minuto.
A sexta edição do barómetro da ALP revela ainda que "metade dos proprietários auscultados enfrentaram atos de vandalismo nos seus imóveis na vigência de um contrato de arrendamento".
"A esmagadora maioria dos senhorios (83,4%) não conseguiu ser ressarcida pelos prejuízos causados pelos seus inquilinos. Apenas uma percentagem de 7,4% conseguiu diminuir as perdas sofridas através da caução retida para o efeito.A esmagadora maioria dos casos (91,5%) ocorreram no segmento do arrendamento tradicional e não no segmento de arrendamento a estudantes ou arrendamento a nómadas digitais/ trabalhadores deslocados", pode ler-se no mesmo comunicado.
O estudo revela ainda que quase um quinto (18,5%) dos inquiridos já foi alvo de assédio por parte dos seus arrendatários: "As ameaças presenciais representam a maior fatia de respostas (40%), seguidas das ameaças telefónicas (36,5%) e ameaças escritas (33%). Uma fatia de 16,7% já foi alvo de assédio pelos inquilinos na rua ou em espaço público".
"O VI Barómetro ALP levanta o véu de dois problemas graves do arrendamento que se estão a instalar com impunidade, tal como os estruturais níveis muito elevados de incumprimento do pagamento das rendas: falamos dos atos de vandalismo nos imóveis perpetrados por inquilinos, que são uma realidade para metade dos proprietários auscultados, e níveis preocupantes de assédio sobre senhorios”, refere Luís Menezes Leitão, presidente da ALP, citado na mesma nota.
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