Livro de Sam Shepard, 'Espião na Primeira Pessoa', publicado em agosto
O último livro de Sam Shepard, autor norte-americano falecido há um ano, "Espião na Primeira Pessoa", é publicado em Portugal no próximo dia 08 de agosto, numa tradução de Salvato Telles de Menezes, anunciou hoje a Quetzal Editores.
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Em comunicado, a editora do Grupo Bertarnd-Círculo afirma que se trata de "um livro breve, com capítulos curtos, num registo pessoal e intimista".
Sam Shepard "fez a revisão e ditou a versão final do seu derradeiro livro", antes de morrer a 27 de julho do ano passado.
'Em Espião na Primeira Pessoa', escreve a Quetzal, "o narrador observa e relata num discurso desassombrado, em que a implacável consciência da doença, Esclerose Lateral Amiotrófica, e da morte próxima é interrompida por pontos luz, momentos de beleza e júbilo, digressões pelo passado -- e pelos antepassados --, considerações de afeto e espanto sobre a família mais próxima".
O livro aproxima-se de uma revisão de vida feita pelo próprio autor, e de um diário dos seus últimos meses de vida.
"Os rascunhos iniciais foram manuscritos, uma vez que Sam Shepard já não era capaz de datilografar. Quando se lhe tornou impossível escrever à mão, passou a gravar e, já perto do fim, ditava com esforço os textos, que posteriormente eram transcritos pelas suas duas irmãs, Roxanne e Sandy", relata a editora portuguesa.
Segundo a mesma fonte, "o trabalho de edição e revisão do livro foi feito com ajuda da cantora e escritora Patti Smith, antiga companheira e amiga de mais de 40 anos", do autor de 'Crónicas Americanas'.
Desde os primeiros textos dramatúrgicos, em 1964, Sam Shepard escreveu cerca de 50 peças de teatro, entre as quais 'Buried Child', que lhe valeu um Prémio Pulitzer, em 1979, 'Curse of the Starving Glass' e 'True West'.
No cinema, Sam Shepard ficou ligado a várias produções como autor, nomeadamente, de 'Paris Texas', filme de Wim Wenders no qual assinou o argumento e que conquistou a Palma de Ouro em Cannes, e 'Deserto de Almas', de Michelangelo Antonioni.
Como ator, faceta que se intensificou nos últimos anos, em particular com a série 'Bloodline', da plataforma Netflix, Sam Shepard esteve nomeado para os Óscares em 1984, pela participação no filme 'Os Eleitos', de Philip Kaufman.
Participou ainda em 'Dias do Paraíso', de Terrence Malick.
Nascido a 5 de novembro de 1943, em Fort Sheridan, no Estado norte-americano de Illinois, Sam Shepard começou a escrever poesia e a representar ainda na adolescência e, mais tarde, quando estudava para ser veterinário, decidiu juntar-se a um grupo de teatro, antes de rumar a Nova Iorque.
'Cowboys', 'The Rock Garden' e 'La turista', esta uma alegoria sobre a guerra no Vietname, foram as primeiras peças de teatro que escreveu, na década de 1960. Nos anos seguintes recebeu vários prémios Obie, de teatro, por diversos textos dramatúrgicos.
Tocou bateria e guitarra no grupo rock Holy Modal Rounders, viveu com Patti Smith e Jessica Lange - parceria de quase trinta anos -, e chegou a integrar, na década de 1970, a digressão 'Rolling Thunder Revue', de Bob Dylan.
Em Portugal tem publicados vários títulos, entre os quais 'Loucos por amor', 'Crónicas Americanas' e 'O grande sonho do paraíso'.
'Never here', filme de Camille Thoman exibido em junho do ano passado no Festival de Cinema de Los Angeles, foi a sua última no cinema.
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