Sergio Ramírez espera ganhar um lugar entre portugueses com novas edições
O escritor Sergio Ramírez, prémio Cervantes em 2017, disse à Lusa esperar adquirir um lugar junto dos leitores portugueses com as novas edições das suas obras, estando já prevista a tradução de "El cielo llora por mí".
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Ramírez, que está em Portugal a propósito do lançamento da edição portuguesa de 'Já ninguém chora por mim', pela Porto Editora, lembrou que o primeiro livro da sua autoria publicado em território nacional foi 'Tiveste medo do sangue?' (Caminho, 1989), escrito na Alemanha na década de 1970.
Anos mais tarde, a já extinta Difel lançou a tradução portuguesa do livro que valeu a Ramírez o prémio Alfaguara, em 1998, intitulado 'Margarita, está lindo o mar'.
O nicaraguense Sergio Ramírez disse à Lusa que espera adquirir agora um espaço no panorama literário português, revelando que está prevista também a edição em Portugal de 'El cielo llora por mí'.
O autor, que disse há anos que "fechar os olhos seria atraiçoar o ofício", explicou que, enquanto alguém que se vê como escritor e cidadão, faz questão de denunciar aquilo que vê como estando mal em seu redor.
"Um escritor muito bom que se cale não afeta a qualidade da literatura, mas eu sou dos que falam", afirmou Ramírez, que acrescentou: "Penso que há escritores que não se ocupam do que está a acontecer e são muito bons. Parece-me que é uma torpeza dizer que a literatura tem que ver com a realidade. Isso é voltar aos velhos tempos do realismo socialista. Ou que a literatura tem de ser pessimista, otimista".
Acima de tudo, para o escritor, "a literatura é a ciência do ser humano, mais do que a sociologia".
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