Em causa está o centro interpretativo da aldeia da Castanheira, no alto da serra da Freita, que procura explicar o fenómeno segundo o qual pequenos discos biconvexos revestidos a biotite se soltam de um afloramento granítico maior, que, por libertar essas pequenas rochas, ganhou assim o nome de "pedra-parideira".
Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Arouca, José Artur Neves, garantiu que a procura real da região motivada por essas raras formações rochosas "ultrapassa em muito os 30 mil visitantes" registados oficialmente.
"A verdade é que 20 a 25% das pessoas que se deslocam ao local vão diretamente observar o maciço rochoso onde se dá esse fenómeno, sem passarem pelo centro interpretativo", explica o autarca. "Assim, não temos forma de controlar com rigor essas entradas, embora todos os dias se vejam esses visitantes no passadiço em torno da rocha-mãe".
Dos cerca de 30.000 visitantes que a Casa das Pedras Parideiras registou no seu primeiro ano de atividade, a maioria tinha idades entre os 40 e os 65 anos (31%). O segundo escalão etário mais assíduo nesse centro interpretativo foi o dos 7 aos 18 anos (24%).
Quanto à proveniência desses turistas, 96% eram portugueses, destacando-se, neste segmento, os oriundos dos distritos de Aveiro e Porto, seguidos pelos de Braga, Lisboa e Coimbra.
Já quanto aos 3,2% de visitantes estrangeiros, a maioria era proveniente de França e do Brasil, a que se seguiram os Espanha, Alemanha, Bélgica e Holanda. Uma percentagem residual de público chegou ainda à Castanheira a partir de países como Angola, Polónia, Estados Unidos, Austrália e Tailândia.
No universo global dessa procura, 53,76% das visitas verificaram-se a título individual e só 23,36% se realizaram no contexto de grupos turísticos organizados. A afluência com caráter escolar esteve na ordem dos 21,75%.
Os visitantes que se deslocarem à Casa das Pedras Parideiras no próximo domingo poderão assistir gratuitamente ao filme em três dimensões sobre esse "tesouro geológico", que ocupa a lista de geossítios mais visitados entre os 41 do Geoparque de Arouca - território reconhecido pela UNESCO como património geológico da Humanidade.
Além de outras surpresas para os visitantes, no dia do primeiro aniversário do centro interpretativo haverá também 10% de desconto na aquisição de qualquer livro editado pela Associação Geoparque de Arouca.