"'A Arte das Musas' é uma viagem ao nosso passado, mas com maturidade"

Os Expensive Soul lançaram o seu quinto álbum no ano em que comemoram 20 anos de carreira. O aniversário promete ser histórico, mas é só dia 23 de novembro. Para já pode ouvir o novo trabalho e ler a entrevista que a dupla de Leça de Palmeira deu ao Vozes ao Minuto.

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© Expensive Soul

Natacha Nunes Costa
05/07/2019 12:20 ‧ 05/07/2019 por Natacha Nunes Costa

Cultura

Expensive Soul

Em 1999, quando nasceram, os Expensive Soul não imaginavam que iriam viver daquilo que mais amam durante duas décadas. Mas as estórias que contam e a música que fazem, perpetuaram a viagem.

Chegados a 2019, New Max e Demo, lançam o quinto álbum de originais. ‘A Arte das Musas’ surge com menos músicas, mas com mais maturidade. Uma plenitude adquirida, contam, ao longo de 20 anos, de cinco álbuns, centenas de concertos e muito estudo musical.

Em entrevista ao Notícias ao Minuto, a dupla de Leça da Palmeira revela que nem sempre é fácil. Por duas vezes viram o seu trabalho rejeitado por editoras e lutam contra o relógio sempre que têm de lançar um álbum de forma independente.

Contudo, juram que o amor a esta ‘arte das musas’, que é a música, é mágico e prometem fazer história a 23 de novembro, dia em que assinalam o seu 20.º aniversário com uma festa na Altice Arena.

Como surgiu o nome A Arte das Musaspara o vosso 5.º álbum?

O nome ‘A Arte Das Musas‘ surgiu depois de ler um livro muito interessante chamado ‘A harmonia é numérica’, que continha a definição de “música” que tem na sua origem a palavra grega musiké, literalmente “A arte das musas”. Achámos que tinha tudo a ver com o que estávamos a fazer para o novo trabalho.

Em que é que ele se diferencia dos outros quatro trabalhos?

‘A Arte Das Musas‘ é uma viagem com ligação ao nosso passado, mas ao mesmo tempo, com a maturidade que a banda alcançou nestas duas décadas, é um disco mais curto que os anteriores e para o qual quisemos trazer para o estúdio toda a energia que temos nos concertos.

Onde é que vão buscar inspiração para as letras?

A inspiração sempre foi a mesma, as nossas vidas e as de quem nos rodeia.

E musicais?

A centenas de outros artistas que, ao longo dos anos, nos foram ensinando, quase como Mestres.

Recorreram a métodos analógicos para produzir este novo álbum. Porquê?

O facto de usarmos material analógico tem muito a ver com a nossa sonoridade e pelo facto de ser tudo gravado com instrumentos reais. Para os nossos ouvidos, esses compressores, equalizadores e microfones enriquecem os harmónicos dos instrumentos. E o facto de ter sido misturado em analógico faz com que o Stereo tenha mais espaço.

Durante todo o álbum são deixadas várias mensagens. Em Amar é Que é Preciso’ dão uma lição de amor fraterno, em ‘Limbo’ falam de uma história de amor, pelo caminho há ainda Incertezas’ e ‘1 Dia de Cada Vez. Estas mensagens são dirigidas aos vossos fãs? Porque é que gostam de deixar estas mensagens, quase lições?

Porque somos contadores de estórias e queremos falar de situações pelas quais passamos, pode ser que haja alguém que se identifique com elas, e talvez as ajude de alguma forma.

Em, Estou Quentecontam um bocadinho da história dos Expensive Soul. Como é que nasceram?

Eram 4 da manhã

Fomos todos p’ro estúdio

Começar uma sessão

Porque não, se eu tenho uma canção?

Trocar opinião de irmão p’ra irmão

E foi até o sol nascer

Fazer crescer até perder de vista

Pista atrás de pista

Sem qualquer premissa

Partilhar conquistas

E foi assim.

Foi assim que começámos o legado

Não ficou ninguém de lado

Era amor em puro estado

O álbum foi lançado no dia 14 de junho. Qual foi o feedback dos fãs até agora?

Tem sido muito positivo, está a chegar a toda a gente, estamos muito felizes com tudo o que está a acontecer com o ‘A Arte Das Musas’.

Os fãs cresceram com vocês? Quem vos seguia em 1999, continua a seguir hoje em dia?

Sim e que já passou para outras gerações, pois essas pessoas hoje em dia têm filhos e fazem-lhes questão de passar a cultura com a qual cresceram.

E como é que conseguem chegar às novas gerações?

Sendo diferentes do que se está a fazer hoje em dia, julgamos que tem sido a chave. E claro, estar atualizado nas redes sociais.

20 anos, quando começaram, imaginavam ir tão longe?

Não, nunca imaginámos que iríamos viver daquilo que mais amamos durante os 20 anos que se seguiram. Temos vivido momentos fantásticos.

E depois de 20 anos de música, o que falta ainda fazer?

Queremos continuar a contribuir para a cultura de Portugal, pois cada vez mais sentimos que essa é a nossa responsabilidade.

Numa só palavra como descreveriam estes 20 anos?

Apaixonados.

Os vossos discos são editados de forma independente, certo? Não pertencem a nenhuma editora? Como é que isso aconteceu e porquê?

Primeiro porque fomos rejeitados por várias editoras quando surgimos com o álbum B.I. Decidimos fazer a nossa própria edição e conseguimos escoar essa primeira edição de 1000 exemplares. Um ano depois tínhamos a EMI interessada em trabalhar o nosso próximo disco, e licenciámos o ‘Alma Cara’. No terceiro álbum voltámos a ficar independentes pois as editoras estavam novamente desacreditadas no nosso trabalho. Daí para a frente decidimos que iríamos fazer o nosso próprio caminho sem ter que depender de terceiros.

Quais são as mais-valias de serem independentes? E os problemas que isso acarreta?

As mais valias são o facto das obras serem tuas e principalmente poderes decidir tudo como tu queres que seja. Os problemas são o tempo diário que tens que dedicar, ou seja, tens que estar sempre disponível e empenhado do início ao fim, já que todos os pormenores passam por ti. Há muita coisa a decidir.

A festa dos 20 anos de carreira celebra-se na Altice Arena, em Lisboa, a 23 de novembro. O que vai ter este concerto de diferente dos outros?

Este concerto vai ser algo único! Estamos a elevar todo o conceito do espetáculo a um nível que não tínhamos feito antes. Já vimos vários concertos de bandas internacionais no Altice e todas elas têm uma megaprodução, a nossa ainda está a ser idealizada mas estamos confiantes de que quem estiver presente nunca mais se vai esquecer. Vamos fazer história!

Onde são os próximos concertos?

Dia 6 de julho [amanhã] em Vila Real, 20 de julho no Funchal e no dia 28 de julho na Expofacic, em Cantanhede.

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