Candidatura de Évora a Capital da Cultura "fortalecida" com Artes à Rua
A candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura em 2027 sai "fortalecida" com a edição deste ano do Artes À Rua, evento cultural que arrancou em julho e termina esta quinta-feira, argumentou hoje o programador.
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"A candidatura sai claramente fortalecida", disse à agência Lusa Luís Garcia, programador da iniciativa cultural, promovida pela câmara, que está também atenta a "um dos problemas" que se coloca às cidades que já foram, no passado, capitais europeias da cultura, que é "o da 'ressaca' desse processo".
Segundo o responsável, "após um ano de programação cultural intensa, há uma 'ressaca' normal, porque deixa de haver o dinheiro que houve nesse ano em que se é Capital Europeia da Cultura, portanto, tudo regride".
Porém, se Évora for escolhida como Capital Europeia da Cultura em 2027, os responsáveis estão cientes de que "o ano de programação irá ser muito intenso, mas a diferença entre isso e aquilo que é a prática cultural normal da cidade não pode ser assim tão grande, senão essa 'ressaca' do pós-2027 será muito maior", afirmou.
É por isso que "há toda a necessidade de ter uma programação intensa na cidade, envolvendo criadores e criação artística a partir de Évora e a mediação com os públicos e a comunidade", de que é exemplo o festival Artes à Rua, que vai na 3.ª edição, assim como outros eventos culturais locais, frisou.
"Não é fácil de conseguir, mas, de ano para ano, as novas criações geradas cá vão sendo cada vez mais e isso é importante porque entendemos que Évora é um centro de criação contemporânea e deve ser um centro exportador de produtos culturais e artísticos", destacou Luís Garcia.
O Artes À Rua, que arrancou a 13 de julho, contou com cerca de 300 participantes, vários deles internacionais, provenientes de 12 países, que protagonizaram quase cem espetáculos.
Cinema, dança, teatro, escultura, fotografia, música, performance, teatro e literatura foram áreas artísticas abordadas neste evento, considerado pela câmara como um "não festival", por se prolongar por "dois meses", em vez de durar apenas "três dias".
"Não é um festival como os outros", mas sim "um elemento de resistência para afirmar a cultura como algo essencial para a liberdade, a democracia e a paz", afirmou o vereador da Cultura, Eduardo Luciano, aquando da apresentação da iniciativa em Lisboa, a 04 de julho.
Nesta quinta-feira, último dia da programação, o "prato forte" é a atuação da Orquestra Barroca Casa da Música e do maestro, violinista e contratenor Dmitry Sinkovsky, referiu o município.
Neste espetáculo, em que a formação da Casa da Música retoma a digressão "Orquestra no Património", vão ser apresentadas músicas de dança francesa, assim como obras de Handel e de Vivaldi, perante "um auditório imenso, com 800 lugares sentados", na Praça do Giraldo, às 22:00, disse Luís Garcia.
A instalação, na Rua de Machede, de esculturas em mármore da autoria de Isaac Pinheiro, a performance "Ninhos", de Chissangue Afonso, no Largo da Sé, e uma festa final na Praça do Sertório, ao som de Bule-Bule & Luiz Caracol, do coletivo de artistas RUMA, são as outras propostas.
"O compromisso do festival, que é mediar a relação entre as pessoas e os lugares patrimoniais da cidade, a partir de objetos artísticos, foi cumprido. Aconteceram coisas em vários locais, muitos deles imprevisíveis, e as pessoas foram aos sítios onde as coisas aconteceram", congratulou-se Luís Garcia.
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