Com uma localização privilegiada na capital francesa, a Casa Balzac figura como um dos museus mais pitorescos de Paris com um pequeno 'chalet', um jardim e vista para a Torre Eiffel. No entanto, esta casa onde viveu um dos maiores escritores do século XIX apresentava desafios aos visitantes do século XXI.
"O museu era apenas acessível através de uma escadaria que dá para a rua e, para as pessoas com mobilidade reduzida ou famílias com carrinhos, era muito complicado visitá-lo. A nossa principal motivação, ao renovar todo o museu, foi torná-lo acessível a todo o público", disse hoje a diretora-geral dos museus municipais de Paris, Delphine Lévy, em declarações aos jornalistas durante a visita de apresentação da renovação da casa-museu.
A Casa Balzac pertence à cidade de Paris e as suas transformações incluem uma nova entrada, a reorganização do jardim e uma sala de chá, num investimento total de dois milhões de euros.
As mudanças não são apenas físicas, já que, sem alterações nos últimos 20 anos, o museu também sofreu uma renovação na forma como mostra Honoré Balzac.
Exposition Balzac et GrandvilleUne fantaisie mordante26 septembre 2019 - 13 janvier 2020#expoparis #lololeblog #sortiraparis @maisondebalzac pic.twitter.com/2GuHUz7FRw
— Lolo Leblog (@Lolo_Leblog) September 25, 2019
"Aproveitámos este ano em que estivemos fechados para uma transformação profunda do museu. Este espaço tinha-se tornado num local de peregrinação apenas destinado a quem já conhecia perfeitamente a obra de Balzac. [...] Nós quisemos apresentar a obra de Balzac pelo que ela é, uma obra universal e o que queremos junto dos visitantes é dar-lhes vontade de ler ou reler Balzac", afirmou o diretor da Casa Balzac, Yvez Gagneux.
Balzac viveu nesta casa em Passy, atualmente inserido no 16.º bairro de Paris, entre 1840 e 1847. Foi aqui que escreveu grande parte das obras da série 'A Comédia Humana' e a casa conserva ainda o seu escritório onde chegava a passar 20 horas a escrever e outros espaços íntimos como a cozinha onde a sua governanta lhe preparava algumas refeições.
Para esta reabertura, o museu apostou na exposição temporária 'Balzac & Grandville, une fantaisie Mordante', que mostra a relação entre Balzac, que começou por ser jornalista, e o ilustrador e caricaturista Grandville. Os dois bateram-se lado a lado pela liberdade de imprensa durante os anos 30 do século XIX e os dois impulsionaram o lançamento do jornal 'La Caricature'.
Para além dos espaços que podem ser visitados pelo público, a Casa Balzac conserva ainda o espólio do escritor que inclui mais de 23 mil livros e jornais de época.