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'Os Belos Dias de Aranjuez' de volta às livrarias na próxima semana

A peça de Peter Handke 'Os Belos Dias de Aranjuez', que constitui o mais recente livro do autor publicado em Portugal, vai ter uma nova impressão, para reforçar a presença nas livrarias portuguesas, na próxima semana.

'Os Belos Dias de Aranjuez' de volta às livrarias na próxima semana
Notícias ao Minuto

23:00 - 10/10/19 por Lusa

Cultura Nobel da Literatura

"O livro está ativo, existindo uma quantidade residual em armazém que está a esgotar agora", disse o editor Manuel Rosa, da Documenta, à agência Lusa, a propósito da peça do escritor austríaco, Nobel da Literatura 2019.

"A reimpressão de 1000 exemplares estará pronta na próxima terça-feira", acrescentou.

A peça 'Os Belos Dias de Aranjuez' teve estreia nos palcos portugueses em 2014, no âmbito do Lisbon & Estoril Film Festival, com encenação de Tiago Guedes, que aceitou o convite do produtor Paulo Branco, diretor do festival, para dirigir a obra.

Na altura da estreia, o encenador disse à Lusa que aceitara o desafio, por "não ser um texto simples", falando de amor, "com muitas camadas de profundidade" que quis explorar com os atores" Isabel Abreu e João Pedro Vaz.

A peça de teatro, que viria a ser adaptada ao cinema pelo realizador alemão Wim Wenders, esteve então em cena no Centro Cultural de Belém, em Lisboa e, no ano seguinte, no Teatro São Luiz, também na capital portuguesa.

Outras obras do autor tinham entretanto estado em cena em Portugal, como 'A Hora em que Não Sabiamos Nada Uns dos Outros', no Teatro Nacional S. João, no Porto, em 2012 e 2001, 'Jogo das Perguntas', levada à cena pelo Teatro da Cornucópia, em 1994, e 'Insulto ao Público', um dos primeiros textos do escritor, montado pelo Grupo 4 (na origem do atual Teatro Aberto), em 1974.

'A Mulher Canhota', pelo Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra, em 1999, 'Luz/ Interior - Interior', pela Casa Conveniente/Companhia João Garcia Miguel, em 2004, 'Escravo doutros', posto em cena pela associação Karnart, e 'Da terra e do inferno', por alunos do Curso de Formação de Actores da Escola Superior de Teatro e Cinema, ambos em 2005, 'Exercício nº 6 - Auto-acusação', pelo Balleteatro, em 2006, 'Ponto de fuga', pelo Grupo Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro, em 2009, e 'Dia conseguido', pela companhia Causas Comuns, são outros textos de Handke levados a palcos portugueses.

Handke é autor e coautor, respetivamente, dos argumentos de 'Movimento em Falso' e de 'As Asas do Desejo', do cineasta alemão Wim Wenders, que, entre as suas primeiras longas-metragens, tem a adaptação de 'A Angústia do Guarda-Redes antes do Penalti', do escritor austríaco.

O seu mais recente romance, 'O Ladrão de Frutas', "deverá sair em Portugal no próximo ano", disse hoje à Lusa o editor Francisco Vale, da Relógio d'Água.

Para Francisco Vale, Handke surge no esteio de uma tradição de língua alemã, que tem como expoente Franz Kafka.

É também esperada uma corrida à compra de direitos da sua obra, na Feira de Frankfurt, na Alemanha, que tem início no próximo dia 16, quarta-feira.

Romancista, dramaturgo, poeta, realizador, o escritor austríaco Peter Handke, que venceu hoje o Nobel da Literatura 2019, chegou a definir-se como um prosador para quem "não escrever é muito importante", como disse à Lusa em 2009, numa das suas presenças em Lisboa.

Nascido em 1942, em Griffen, na Áustria, Peter Handke foi apresentado pela Academia Sueca como "um dos mais influentes escritores da Europa depois da Segunda Guerra Mundial", não estando isento de polémica, sobretudo por ter tido uma posição pró-Sérvia na guerra dos Balcãs, nos anos de 1990.

'A Mulher Canhota', 'Poema à Duração', 'A Tarde de Um Escritor', 'Para Uma Abordagem da Fadiga', 'As Vespas', 'Insulto ao Público', 'A Hora em que Não Sabíamos Nada Uns dos Outros', 'A Viagem à Terra Sonora', 'Ensaio sobre o Dia Conseguido', 'Os Insensatos Estão a Extinguir-se', 'Jogo das Perguntas', 'Numa Noite Escura Saí da Minha Casa Silenciosa'são outras obras de Handke editadas em Portugal.

Os seus livros surgiram em diversas editoras portuguesas, como as antigas Plátano e Difel, mas também a Presença, a Assírio & Alvim, os Livros Cotovia e a Sistema Solar/Documenta.

O escritor e dramaturgo foi também distinguido com o Prémio Internacional Ibsen, em 2014.

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