"Estamos na fase final do caderno de encargos e durante este primeiro semestre será lançado o concurso" para obras, estimadas em dois milhões de euros, que permitem instalar o Museu da Música no Palácio Nacional de Mafra, disse Graça Fonseca à agência Lusa.
Também em relação ao Museu da Resistência e da Liberdade, em Peniche, o calendário "está dentro do previsto" e é intenção da tutela lançar o procedimento até ao final deste semestre, adiantou a governante, que falava no final do concerto inaugural do restauro dos sinos e carrilhões de Mafra.
O Museu, atualmente instalado na estação de Metropolitano do Alto dos Moinhos, em Lisboa, tem uma das mais ricas coleções da Europa de instrumentos musicais, com um acervo composto por mil instrumentos dos séculos XVI ao XX, de tradição erudita e popular.
Fazem também parte do museu vários espólios documentais, e coleções fonográficas e iconográficas do maior relevo.
Entre os instrumentos classificados como Tesouro Nacional estão os cravos Taskin, de 1782, recentemente restaurado, e o Antunes, de 1758.
O piano Boisselot, que o compositor e pianista Franz Liszt trouxe a Lisboa, em 1845, e o violoncelo de Antonio Stradivari, que pertenceu ao rei D. Luís, são outros tesouros do museu.
O violoncelo de Henry Lockey Hill, de Guilhermina Suggia, os violinos e violoncelos de Joaquim José Galrão, os clavicórdios setecentistas das oficinas lisboetas e portuenses são outros destaques da coleção, assim os raros cornes ingleses Grenser e Grundman & Floth, do final do século XVIII, e as flautas de Ernesto Frederico Haupt, de meados do século XIX, que são exemplares únicos.
O Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, um investimento total de 3,5 milhões de euros, vai surgir na Fortaleza de Peniche, onde têm estado a decorrer obras de requalificação e onde foi inaugurada em abril de 2019 a exposição "Por Teu Livre Pensamento", uma amostra do que vai ser o futuro museu.
Em abril de 2017, o Governo aprovou um plano de recuperação da Fortaleza de Peniche para instalar o museu na antiga prisão da ditadura do Estado Novo destinada a presos políticos.
Em setembro de 2016, a Fortaleza de Peniche foi integrada pelo Governo na lista de monumentos históricos a concessionar a privados, no âmbito do programa Revive, mas passados dois meses foi retirada, pela polémica suscitada, levando a Assembleia da República a defender a sua requalificação, em alternativa.
A fortaleza, classificada como Monumento Nacional desde 1938, foi uma das prisões do Estado Novo de onde se conseguiu evadir, entre outros, o histórico secretário-geral do PCP Álvaro Cunhal, em 1960, protagonizando um dos episódios mais marcantes do combate ao regime ditatorial.