Artista angolano constrói memorial da escravatura em Lisboa
O projeto 'Plantação - Prosperidade e Pesadelo', do artista angolano Kiluanji Kia Henda, foi o escolhido para a construção de um memorial da escravatura e centro interpretativo junto ao Campo das Cebolas, em Lisboa, foi hoje anunciado.
© Facebook / Kiluanji Kia Henda
Cultura Escravatura
De acordo com a página pessoal do artista na rede social Facebook, após seis sessões públicas de votação, foi esta a proposta vencedora para fazer o memorial de homenagem às pessoas escravizadas que será construído em Lisboa.
O memorial foi um dos projetos vencedores do Orçamento Participativo de Lisboa de 2017/2018.
Segundo o artista angolano, "Plantação - Prosperidade e Pesadelo" pretende tratar da memória da escravidão "enquanto presença de uma ausência".
Kiluanji Kia Henda diz "não acreditar ser possível representar de forma direta e realista tamanho trauma transnacional".
O projeto irá partir da representação de uma plantação da matéria-prima que esteve na origem do tráfico de pessoas escravizadas: a cana de açúcar, o chamado ouro branco.
Será composto por 540 pés de cana de açúcar em alumínio preto, cada um com três metros de altura e oito de diâmetro. Entre os pés das canas há espaços regulares, cuja intenção é um convite à caminhada e à reflexão.
A construção deste memorial foi aprovada por unanimidade em reunião pública da Câmara Municipal de Lisboa, em 25 de junho do ano passado, e pretende, além de homenagear as vítimas, "celebrar a abolição da escravatura e do tráfico de pessoas escravizadas".
De acordo com a proposta, assinada pela vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto (PS), o projeto foi dotado inicialmente de uma verba de 100 mil euros. No entanto, "face à dimensão e importância da temática", a câmara decidiu aumentar o montante para 184.500 euros.
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