Vencedora representa cientistas que inspiram outros
A investigadora Maria Manuel Mota, Prémio Pessoa 2013, representa "um tecido de jovens cientistas portugueses que inspira os novos a querer fazer ciência", afirmou hoje Maria de Sousa, membro do júri do galardão.
© Lusa
Cultura Prémio Pessoa
"Por cima dessas pessoas há o aviso ao país, e ao Governo, que há uma administração da Ciência, neste momento, pode dizer-se, que é insuficiente, para não dizer em alguns casos incompetente", sublinhou a também investigadora na área da imunologia.
Para Maria de Sousa, "esta é uma altura muito importante para perceber esta 'décalage'. Há um contraste gritante entre a qualidade dos cientistas e a qualidade da administração que os está a administrar, a avaliação e o financiamento".
No seu entender, Maria Manuel Mota apercebeu-se da importância da filantropia científica e isso é "excecional": "Criou uma coisa muito comum nos Estados Unidos, uma associação [Associação Viver a Ciência] em que as pessoas dão dinheiro para apoiarem. Não temos essa tradição em Portugal. Temos que ter, em tempos em que é muito difícil financiar".
O anúncio do galardoado da 27ª edição do prémio - no valor de 60.000 euros - decorreu hoje, no Palácio dos Seteais, em Sintra.
Maria Manuel Mota, de 42 anos, licenciou-se na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, desenvolveu estudos sobre a malária e trabalha atualmente no Instituto de Medicina Molecular.
Na ata do júri é destacado "o seu empenho entusiástico no que se pode chamar de cidadania da ciência", uma vez que é também fundadora e presidente da Associação Viver a Ciência, que "tem como objetivo encorajar a filantropia em Portugal".
O júri foi presidido por Francisco Pinto Balsemão, presidente do grupo Impresa, e constituído por Fernando Faria de Oliveira, ex-ministro do Comércio e Turismo, pelo sociólogo António Barreto, por Diogo Lucena, ex-administrador da Fundação Gulbenkian, pelo arquiteto Eduardo Souto de Moura e pelo neurocirurgião João Lobo Antunes.
O elenco de jurados integrou também o ex-Presidente da República Mário Soares, o historiador de arte José Luís Porfírio, Maria de Sousa, catedrática de imunologia, o professor do Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação da Universidade Nova de Lisboa Rui Magalhães Baião, o musicólogo Rui Vieira Nery e o catedrático na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Viriato Soromenho Marques.
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