"A dança deve dar um forte sinal de que somos um exército de pensadores"
O coreógrafo sul-africano Gregory Vuyani Maqoma considera que o sentido de missão, empatia e liberdade devem prevalecer no atual contexto mundial de crise devido à pandemia covid-19, segundo uma mensagem hoje divulgada sobre o Dia Mundial da Dança.
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Cultura Dia Mundial da Dança
Instituída pelo Comité Internacional da Dança (CID) da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) em 1982, a data é celebrada anualmente a 29 de abril, pelo nascimento do bailarino e mestre de bailado Jean-Georges Noverre (1727-1810), considerado um dos pioneiros da dança moderna.
Todos os anos, o CID e o Instituto Internacional do Teatro convidam uma personalidade da área da dança a criar uma mensagem alusiva à efeméride com o objetivo de destacar a importância desta arte universal.
"Vivemos tempos de tragédias inimagináveis, que melhor se podem descrever como uma era pós-humana. Mais do que nunca, precisamos de dança com sentido de missão para lembrar ao mundo que a humanidade ainda existe", escreve o bailarino, coreógrafo, professor e ator no 'site' do instituto.
Para Gregory Vuyani Maqoma, "sentido de propósito e empatia devem prevalecer sobre anos e anos de dor universal que estão para vir, e conquistar essa tristeza da dura realidade de morte, rejeição e pobreza".
"A dança deve, mais do que nunca, dar um forte sinal aos líderes mundiais - e a todos os que garantem a melhoria das condições da vida humana - que somos um exército de pensadores, e o nosso propósito é mudar o mundo passo a passo", escreve ainda, na mensagem.
Na opinião do coreógrafo sul-africano, "a dança é liberdade, e através dela, é preciso libertar outros das armadilhas que enfrentam em vários pontos do mundo".
"A dança não é política, mas torna-se política quando transporta em si mesma a fibra das ligações humanas, e portanto responde às circunstâncias do mundo numa tentativa de restaurar a dignidade humana", sustenta.
Ao dançar, os bailarinos geram um "poder curativo, tão desesperadamente em falta atualmente", segundo o criador, e, nesse sentido, propõe que se "dance mais".
Em Portugal, o Dia Mundial da Dança está a ser celebrado mantendo a distância social, em plataformas digitais por várias companhias e entidades culturais, com vídeos de espetáculos, entrevistas a bailarinos, filmes sobre dança, documentários e aulas de dança.
Culturgest, Companhia de Dança de Almada, Companhia Paulo Ribeiro, Companhia Nacional de Bailado, Artemrede, Teatro Municipal do Porto, entre outros, festejam a data com diversas iniciativas ´online' para o público.
A celebração da Companhia Olga Roriz é assinalada em parceria com o São Luiz Teatro Municipal e o Centro Cultural de Belém, através de um depoimento e coreografia dançada no Youtube e a apresentação na íntegra da peça "Síndrome".
O CCB assinala também o Dia Mundial da Dança com a apresentação de "Multiplex" de Rui Horta, acessível no Vimeo, e os testemunhos de bailarinos e coreógrafos como Victor Hugo Pontes, Olga Roriz, Miguel Ramalho, Rui Horta, João Fiadeiro, Jonas&Lander, Paulo Ribeiro, Clara Andermatt, Daniel Cardoso e Miguel Ramalho, bailarino principal da CNB, no Youtube.
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