O coletivo, que representa 14 estruturas representativas e grupos formais e informais da cultura e das artes, transmitiu a Marcelo Rebelo de Sousa a falta de apoio significativo para reerguer o setor, após uma paragem de meses, defendendo que são necessárias "medidas de emergência já, a fundo perdido", disse à Lusa Catarina Requeijo, da Ação Cooperativista - Artistas, Técnicos, Produtores, uma das estruturas integrantes do coletivo, que esteve presente na reunião.
"O Presidente da República mostrou-se sensível e demonstrou um conhecimento profundo do setor e das dificuldades que atravessa", afirmou.
Segundo Catarina Requeijo, o chefe de Estado reconheceu que "esta retoma não vai resolver" o problema dos artistas no imediato e que o setor não vai de repente "renascer das cinzas", admitindo que é "um tempo difícil" este que se avizinha.
Por isso mesmo, o chefe de Estado deixou a garantia de que fará os possíveis para sensibilizar o primeiro-ministro para chegar ao diálogo com os intervenientes no setor, de acordo com Catarina Requeijo.
O coletivo representativo das estruturas da cultura afirma ter pedido uma reunião a António Costa, que ainda não obteve resposta.
Segundo a plataforma, nos últimos meses "não foi implementada nenhuma resposta que garantisse proteção social" aos trabalhadores da cultura, "nem foi criado nenhum apoio significativo para enfrentar a situação de emergência deste setor paralisado, apesar dos alertas públicos sobre a gravidade da situação e das propostas de medidas" apresentadas.
Para o coletivo, a reabertura dos espaços culturais "não significará a retoma da atividade, nem esta está a ser equacionada de forma equitativa e democrática", já que "a maior parte das pessoas que trabalha na cultura e nas artes continuará sem atividade e sem rendimentos".
A Plataforma Unidxs Presente e Pelo Futuro da Cultura em Portugal agrega a Plateia -- Associação de Profissionais das Artes Cénicas, o Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos (Cena-STE), a Performart - Associação para as Artes Performativas em Portugal, a Rede - Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea, e as associações Fundação GDA, Acesso Cultura e Precários Inflexíveis.
Os grupos informais Ação Cooperativista - Artistas, Técnicos e Produtores, Artesjuntxs, Artistas 100%, Comissão Profissionais das Artes, Intermitentes Porto e Covid, Independentes mas Pouco, M.U.S.A. - Movimento de União Solidária de Artistas e Arte Educadores em Luta são também parte constituinte da plataforma.