MAAT. "Vírus forçou-nos a ser mais digitais e mais flexíveis"

A nova diretora executiva do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, que reabre na quarta-feira, considera que o vírus covid-19 forçou as pessoas "a serem mais digitais, mas também mais flexíveis".

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© Global Imagens

Lusa
09/06/2020 15:53 ‧ 09/06/2020 por Lusa

Cultura

MAAT

 

A designer italiana, que iniciou funções em setembro do ano passado, apresentou hoje aos jornalistas a nova programação do MAAT, com exposições de obras de artistas portugueses e estrangeiros e um projeto arquitetónico que mudou o interior do edifício.

Um estrutura de grandes dimensões encomendada ao estúdio SO-IL, com sede em Nova Iorque, divide o edifício em dois, e no seu interior apresenta novas exposições, nomeadamente 12 projetos que suscitam a reflexão sobre o papel da arquitetura na sociedade.

Questionada pela agência Lusa se a sua visão para o MAAT sofreu alterações com o surgimento das restrições no quadro da pandemia, a diretora respondeu que não.

"Nós não sobrevivemos se não estivermos juntos", disse, sobre uma pandemia que "nos vai obrigar a continuar a avançar no mundo digital, mas obriga-nos a ser mais flexíveis e a explorar outras direções, em conjunto".

Acrescentou que, apesar das restrições no museu, com limitação das entradas - como todos os outros espaços expositivos - "o público vai ter mais liberdade para usar o espaço do MAAT, de múltiplas formas".

A instalação criada no interior do museu faz parte de uma reconfiguração intencional de Beatrice Leanza, "para tornar o espaço mais fluido para os visitantes".

O objetivo desta intervenção é dar passos para que o museu "possa ir mais além do que apenas produzir exposições e apresentá-las em vários pontos do mundo".

Considera ainda que a relação com o público "tem de ter dois sentidos: não apenas de oferecer conteúdos e produtos culturais, mas também receber um 'feedback' e esperar uma reação do que se propõe promover", nos debates e conferências da programação.

"Este tem de ser um processo de dois sentidos, em que os museus também aprendem com o público e com as novas experiências que fazem", defendeu a diretora, mestre em estudos asiáticos pela Universidade Ca'Foscari de Veneza.

Na opinião da curadora - que desde setembro dirige o museu inaugurado em outubro de 2016 - "não se trata de saber todas as respostas, mas de fazer perguntas e continuar a experimentar algo novo".

Beatrice Leanza quer, no MAAT, desenvolver essas novas experiências, não só a nível da exploração do espaço disponível no edifício, mas também em colaborações com outras instituições, dentro da comunidade e ao nível internacional.

"Pode haver uma polifonia de colaborações", propõe a sinóloga, que desempenhou, entre 2013 e 2016, as funções de diretora criativa da Design Week de Pequim.

O MAAT vai reabrir no horário habitual, das 11:00 às 19:00, com capacidade limitada de lugares sentados para os eventos da programação, regras de distanciamento, controle de temperatura e higienização das mãos.

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