Nos últimos anos o mercado chinês foi ganhando uma importância crescente no box office global dos filmes. A tal ponto que os analistas já previam que a China destronasse os Estados Unidos como o líder do box office mundial. Não esperavam era que isso acontecesse tão cedo, mas os efeitos da pandemia têm-se revelado um verdadeiro filme de terror para as salas de cinema norte-americanas. Ao invés, os cinemas chineses voltaram ao pico de receitas.
Por esse motivo não será surpreendente que a China tenha oficialmente ultrapassado os Estados Unidos na liderança do box office mundial de 2020, como avança o The Hollywood Reporter. Ainda assim é digno de registo, uma vez que o mercado norte-americano é o centro do box office mundial desde o amanhecer da indústria cinematográfica.
De acordo com os dados divulgados pela Artisan Gateway, a venda de bilhetes de cinema na China chegou aos 1.988 milhões de dólares (cerca de 1.696 mil milhões de euros) este domingo. Por sua vez, até ontem as salas de cinema nos Estados Unidos arrecadaram 1.937 milhões de dólares (1.650 milhões de euros).
Esta diferença deverá aumentar favoravelmente para a China até final do ano.
A resposta bem sucedida do governo de Xi Jinping à pandemia de coronavírus permitiu às dezenas de milhares de salas de cinema chinesas estarem a operar atualmente a 75% da sua capacidade. E os cinéfilos estão a voltar aos cinemas em número elevado.
Já nos Estados Unidos os cinemas dos principais mercados mantêm-se encerrados face à perigosa situação pandémica que o país enfrenta, com números elevados de casos em vários estados.
A China produziu o maior êxito cinematográfico deste ano, o épico da Segunda Guerra Mundial ‘The Eight Hundred’, que somou até ao momento 460 milhões de dólares (cerca de 392 milhões de euros) em receitas de bilheteira e os números continuam a contar.
O maior êxito global de Hollywood este ano foi o filme ‘Bad Boys for Life’, cujas vendas de bilhetes ascendem a 426,5 milhões de dólares (363 milhões de euros). Algo que se explica pelo facto das estreias das principais produções cinematográficas estarem a ser adiadas para 2021 e 2022 (são os casos do próximo 007 ‘No Time to Die’ ou de ‘Dune’, por exemplo).