"Devido às restrições decorrentes da situação pandémica, o júri, composto por Isabel Lewis, John Akomfrah, Margarida Mendes e Shumon Basar, não teve oportunidade de visitar a exposição apresentada na Galeria Municipal do Porto e avaliar presencialmente a obra dos finalistas por si nomeados", assinala o município numa nota na sua página oficial.
Acresce que "estas condições excecionais" não permitiram igualmente que, antes da abertura da exposição, os seis finalistas do prémio de arte pudessem instalar ou acompanhar a montagem das suas obras no espaço expositivo, com o júri a considerar que não estavam reunidas as condições "ideias" para a atribuição do vencedor.
Em alternativa foi proposto dividir o prémio monetário pelos seis finalistas - Basir Mahmood, Firenze Lai, Lebohang Kganye, Shaikha Al Mazrou, Song Ta e Steffani Jemison - e repartir o valor monetário de 25.000 euros entre todos eles.
No total, o júri analisou os portefólios de 48 artistas, selecionados por um conjunto de 16 curadores por eles indicados, selecionando, por fim, os finalistas agora vencedores.
Nas palavras dos quatro jurados, aponta a autarquia, estes são "vozes - estéticas, éticas, técnicas - que articulam o momento atual, ou pressentem até o que está para vir".
"Basir Mahmood (Paquistão) recorre ao vídeo, ao filme e à fotografia para refletir sobre elementos sociais e históricos enraizados no quotidiano, enquanto Firenze Lai (Hong Kong) tenta expressar, nas suas pinturas e desenhos, estados de perceção expandida", descreve a autarquia.
Já a artista Lebohang Kganye (África do Sul) funde personagens fictícias com personagens "reais" para criar histórias, incorporando escultura, instalação e filme.
A escultura é também o meio de eleição de Shaikha Al Mazrou (Emirados Árabes Unidos), artista fascinada pela materialidade na arte, que trabalha a cor e a forma para criar arranjos geométricos e abstratos.
Por sua vez, acrescenta a Câmara, Song Ta (China) procura antagonizar as fronteiras estabelecidas entre definições de arte comercial e institucional com obras que exploram a conduta quotidiana de certos grupos da sociedade, enquanto o trabalho de Steffani Jemison (Estados Unidos da América) aborda a privacidade e a opacidade como estratégias de abstração e de resistência política.
Na nota, o município refere que o anúncio dos vencedores é feito, simbolicamente, no dia em que se assinalam cinco anos desde a morte de Paulo Cunha e Silva, médico, crítico de arte, curador de arte e vereador na Câmara Municipal do Porto (2013-2015), que marcou intensamente a cultura em Portugal e ao qual a autarquia dedicou este prémio como homenagem.
A exposição que reúne as obras dos finalistas do prémio de artes visuais criado pela Câmara do Porto para artistas com menos de 40 anos decorre até domingo na Galeria Municipal do Porto que, no fim de semana, estará aberta apenas entre as 10:00 e as 12:30, devido à implementação das novas medidas de recolher obrigatório.
Em Portugal, morreram 3.103 pessoas dos 192.172 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.